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Sêneca

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Lula diz que espera 'julgamento total' para comentar prisões do mensalão

Lula em evento  na Faculdade Zumbi dos Palmares  (Foto: Tatiana Santiago/G1)
Lula em evento na Faculdade Zumbi dos Palmares
(Foto: Tatiana Santiago/G1)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na tarde desta segunda-feira (18) que não faz julgamento das decisões do STF e que vai aguardar o fim da análise dos recursos para se manifestar sobre o julgamento do mensalão. Lula afirmou ainda que aguarda a "lei ser cumprida" para definir visita aos presos.
"Eu falei com vocês na quinta-feira, ou seja, eu não faço julgamento das decisões da Suprema Corte. Eu acho que o PT soltou uma nota que condiz com a realidade do momento, ainda temos os embargos infringentes para serem votados, vamos aguardar para ver o que vai acontecer. Eu estou dizendo pra vocês há muito tempo que vou esperar o julgamento ser total, que eu tenho muita coisa a comentar e eu gostaria de comentar sobre o assunto".


Questionado se iria visitar os colegas petistas, ele disse que isso depende das decisões da Justiça na definição do cumprimento das penas. "Eu tô aguardando que a lei seja cumprida e que, quem sabe, eles fiquem em regime semiaberto", afirmou.

O ex-presidente não quis comentar a fuga de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, para a Itália e nem o estado de saúde de José Genoino.
Cotas para negros
Antes de falar com a imprensa, Lula discursou  em evento na Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, e mencionou as cotas para negros nas universidades e nos concursos públicos, mas não falou sobre as prisões de condenados no processo do mensalão. Na sexta (15), os petistas José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, e José Genoino, entregaram-se à Polícia Federal.

Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses por formação de quadrilha e corrupção ativa, e Genoino a 6 anos e 11 meses pelos mesmos crimes. Os recursos contra as penas por formação de quadrilha ainda são analisados no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente participou de evento que faz parte da semana da consciência negra, data comemorada no dia 20 de novembro. Ao lado do presidente da Guiné, Alpha Condé, do ativista dos direitos civis e ex-senador dos Estados Unidos Jesse Jackson e da escritora e deputada federal Irene Neto, Lula afirmou que as cotas não querem tirar "branco" da universidade ou do setor público.

"Nós não queremos tirar ninguém da universidade quando nós aprovamos a cota. Não queremos tirar ninguém do setor público, que é branco, quando aprovamos que vai ter 20% de negros trabalhando no setor público. Nós não queremos tirar nada de ninguém, nós só queremos que a pessoa nos dê igualdade de condiçoes, nem menos, nem mais que isso", disse Lula.

Está na Câmara dos Deputados um projeto de lei do governo federal que reserva aos negros 20% das vagas para preenchimento de cargos efetivos e empregos públicos nos concursos públicos da administração pública federal.

De acordo com o projeto de lei, a reserva de vagas vale tanto no âmbito dos ministérios quanto para autarquias, agências reguladoras, fundações de direito público, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União, como Petrobrás, Caixa Econômica Federal, Correios e Banco do Brasil.

Durante o evento sobre igualdade racial, o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José da Silva, citou ações de Lula em favor dos negros durante seu governo e citou o nome do ministro Joaquim Barbosa, relator do julgamento do mensalão que expediu os mandados de prisão dos petistas condenados no mensalão.
Suplicy
O senador Eduardo Suplicy (PT) também participou do evento nesta segunda e deixou o local antes do término. Segundo ele, o motivo era a viagem para visitar o petista José Genoíno, preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Suplicy disse que houve exagero na decisão do Supremo Tribunal Federal. "Eu acho que houve exagero. Estranhei que não tivessem mais cuidado com um preso nas condições de saúde dele. Deveria ter mais cuidado com a saúde, com o respeito às pessoas", declarou.

G1SP

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