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Sêneca

terça-feira, 11 de setembro de 2012

ALERTA: Paraíba tem 34 pessoas ameaçadas de morte, 13 são adolescentes

As autoridades têm conhecimento  de que hoje pelo menos 34 pessoas estão ameaçadas de morte na Paraíba, entre elas 13 adolescentes. O assunto será discutido durante o 1º Seminário de Direito Penal e Processual Penal, que acontece a partir desta terça-feira e vai até o dia 13 de setembro, em João Pessoa. A palestra será ministrada, na quarta, pela chefe da Delegacia de Defesa Institucional da Superintendência da Polícia Federal da Paraíba, Carolina Patriota Martins, que vai destacar a importância de proteger essas pessoas como forma de desarticular o crime organizado.

“À medida que essas pessoas se sentem seguras pelo Estado, elas passam a colaborar mais com a produção das provas, principalmente naqueles crimes que necessitam do testemunho, como no tráfico de seres humanos. Nesses casos, a prova não é nenhum objeto material, mas uma pessoa. Se a própria vitima disser que não foi traficada, não tem como caracterizar, a menos que haja outros indícios”, explica a delegada.

Outra problemática, segundo Carolina Patriota, é que, embora existam três programas federais para a proteção de vítimas e testemunhas (Programa Federal de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçados de Morte [PPCAAM] e o Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos), muitas vezes eles deixam de ser usados por desconhecimento dos operadores do Direito Penal. “Nosso objetivo com a palestra é fazer com que a informação chegue a essas pessoas, para que provas ou indícios não se percam por desconhecimento”, destaca.

Delegada diz que é preciso proteger


A delegada Carolina Patriota vê com preocupação o fato de a Paraíba ainda não ter o Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita). “Isso é um agravante, com certeza. Ao mesmo tempo em que não há o acesso das testemunhas ao programa, também não é promovido o conhecimento acerca dos programas federais”, aponta. Além disso, explica Patriota, sem o Provita, também não pode ser instalado o PPCAAM no Estado. “O curso normal é que primeiro é instalado um, depois o outro”, completa.


Apesar dessa carência, a delegada observa que, existente desde 1999, o programa brasileiro funciona bem, tanto que, desde o início, nenhuma pessoa protegida foi morta ou sofreu qualquer ato de violência grave. “E já foram atendidas mais de três mil pessoas, fora os familiares. O intuito desses programas não é só proteger, sumindo com as vítimas. É um trabalho muito mais completo e profundo, que envolve tratamento psicológico, a fim de construir uma nova vida em outro local e fazer com que essas pessoas possam exercer seus direitos e ter uma vida comum novamente”, finaliza.


Jornal Correio da Paraíba

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