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Sêneca

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Fazendeiro conta como ajudou a apagar fogo de helicóptero em GO

Um dos primeiros a chegar no local onde caiu um helicóptero da Polícia Civil de Goiás, na tarde de terça-feira (8), em Piranhas, no sudoeste do estado, o fazendeiro Edmar Vilela fez parte do grupo de moradores da região que apagou o incêndio do veículo. A aeronave Koala, prefixo PP-CG, transportava para Goiânia os participantes da reconstituição da chacina que aconteceu no último dia 28 e deixou sete vítimas na cidade de Doverlândia.

Vilela conta que ele e mais duas pessoas que estavam em sua propriedade viram a aeronave cair bem próximo de onde estavam. "Ele [helicóptero] deu várias piruetas e sumiu", diz Vilela. Os três foram até o local do acidente e, ao chegar lá, havia muito fumaça. Logo o veículo começou a pegar fogo.

Segundo ele, quando chegou próximo ao helicóptero, moradores de propriedades rurais vizinhas já estavam no local. Eles decidiram apagar as chamas e começaram a carregar, em baldes, água de um córrego próximo ao local da queda. A preocupação, de acordo com o fazendeiro, era que houvesse corpos sendo queimados ou até mesmo que o fogo se alastrasse para as fazendas.

De repente, segundo Vilela, eles começaram a ouvir vários disparos vindos a aeronave e tiveram de interromper o trabalho. "Com certeza havia muitas armas ali dentro e, com o fogo, foi explodindo tudo", relata o fazendeiro. Quando os tiros terminaram, eles retomaram o trabalho e apagaram o incêndio.

Vítimas

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás confirmou, na noite desta terça-feira (8), a morte dos oito ocupantes do helicóptero que caiu durante esta tarde a 35 quilômetros de Piranhas. As vítimas são: o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, o delegado Antônio Gonçalves Pereira dos Santos; os delegados Bruno Rosa Carneiro, Osvalmir Carrasco Melati Júnior, Jorge Moreira da Silva e Vinícius Batista da Silva; os peritos criminais Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; além do principal suspeito do crime, Aparecido de Souza Alves, 22 anos.

As circunstâncias do acidente serão apuradas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa). A Polícia Civil destacou os delegados Alexandre Pinto Lourenço e Kleyton Manoel Dias para acompanhar as investigações.

Até as 22h desta terça, dois corpos haviam sido localizados, segundo o Corpo de Bombeiros. Um deles estava dentro dos destroços, carbonizado, e o outro próximo à aeronave. A previsão do Instituto Médico Legal (IML) era transportá-los para Goiânia durante a madrugada.

Reconstituição

A Polícia Civil de Goiás realizou, nesta terça-feira, a segunda parte da reconstituição da chacina em Doverlândia. O crime aconteceu no dia 28 de abril, em uma fazenda onde sete pessoas foram degoladas.

Morreram o dono da fazenda e o filho dele, um caseiro da propriedade e dois casais que haviam ido visitar o fazendeiro. Três pessoas estão presas. Segundo a polícia, eles foram ouvidos e negaram participação no crime.

Suspeito

Aparecido de Souza Alves confessou ser o autor da chacina e chegou a dizer que matou as sete vítimas sozinho. Mas, durante o primeiro dia da reconstituição, na semana passada, mudou a versão e contou ter tido ajuda no pai durantes as execuções. A hipótese, apesar de ainda estar sendo investigada, é considerada "difícil", pela polícia. "O pai dele alega que esteve em uma cooperativa até as 15h. Ele teria que ter andado 15 quilômetros a pé em menos de uma hora para estar na fazenda na hora em que o crime começou", disse o superintendente na segunda-feira (7).

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