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Sêneca

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Comissão diz que PB tem 111 mil viciados em crack

Na Paraíba há 111 mil usuários de crack, de acordo com estimativa trabalhada pela Comissão de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados. O cálculo segue a proporção da estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Brasil: 3% da população do País consomem a droga, o que implica em seis milhões de brasileiros viciados. Dessa forma, a Comissão tem como principal meta de combate ao crack para este ano a votação de projetos como a proibição de propaganda de bebidas alcoólicas em todos os meios de comunicação e a internação compulsória de dependentes químicos.

A Comissão de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados, que tem como vice-presidente o deputado federal Wilson Filho, retomou as atividades em fevereiro deste ano, visando as metas para 2012 de combate ao crack. “Queremos votar ainda este ano projetos como o que proíbe a propaganda de toda e qualquer bebida alcoólica em todas as mídias. Essas propagandas associam o consumo de cerveja, por exemplo, à praia e pessoas magras e bonitas, estimulando o consumo, quando sabemos que o consumo excessivo tem efeitos totalmente diferentes. Também há outro projeto que prevê a proibição de imagens alusivas ao consumo de bebidas e cigarro durante a programação das emissoras de radiodifusão de sons e imagens, outra forma de difundir e estimular o consumo destas substâncias nocivas”, explicou.

É possível vencer

O ex-usuário Adriano Jamarco contou que, antes de experimentar o crack, fazia uso de outras drogas, como álcool, maconha e cocaína. “Comecei a usar o crack há dez anos e, desde a primeira vez que usei, não quis mais as outras drogas, só o crack. Cheguei a morar nove meses na cracolândia e já assaltei e roubei para poder comprar a droga”, disse.

A situação de Adriano piorou ao ponto de, tendo 1,75 m, chegar a pesar 45 kg, ficando bastante debilitado. “Depois de nove meses na cracolândia, quando me vi todo sujo, barbudo e sem forças até para me levantar, decidi buscar ajuda. Fui a uma comunidade terapêutica em São Paulo e fiquei internado por seis meses.

Em novembro passado vim para João Pessoa para ajudar outros dependentes químicos. Estou sem usar álcool e drogas há um ano e meio e certamente nada disso seria possível sem a ajuda dos profissionais do Caps. Os profissionais me encorajaram a buscar a minha recuperação a cada dia porque a dependência química é uma doença que não tem cura, mas é possível estabilizar”, relatou.

Terapia

A diretora do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do jovem cidadão III, Marileide Martins, explicou que no local as atividades são direcionadas para dependentes químicos que são conscientes da condição e desejam abandonar o vício para os que ainda não estão preparados para o tratamento. Atualmente, no Caps da Torre, passam cerca de 500 pessoas por dia para os grupos terapêuticos, que incluem arte e cerâmica, cidadania, prevenção e recaída.

Celina Modesto
VitrinePatos 

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