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Sêneca

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Morre Tião, o homem que fez barba, cabelo e bigode de 12 governadores da Paraíba

Tião Barbeiro
Foi enterrado no final da tarde desta terça-feira (30), no Cemitério Santa Catarina, em João Pessoa, o funcionário público aposentado Sebastião Henrique da Silva, de 80 anos, conhecido como Tião Barbeiro. Ele morava no bairro da Torre, na Capital. Era diabético, teve complicações nos rins e foi vítima de parada cardíaca, no meio da tarde de anteontem, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Edson Ramalho, onde morreu.

Pai do jornalista Luiz Henrique da Silva, Tião era natural de Patos e foi nomeado barbeiro oficial do Governo da Paraíba pelo ex-governador Pedro Gondim. A nomeação aconteceu depois que ele cortou o cabelo de Gondim em sua barbearia, no Paraíba Palace Hotel, no Centro da Capital. 

Após o corte, ele pediu ao governador para conhecer o Palácio da Redenção, a sede do Governo. Em entrevista ao Correio, um no início desde ano, ele disse que, na época em que cortou o cabelo de Gondim, queria voltar a Patos e contar aos amigos que tinha entrado no Palácio. 


Segundo Tião, Gondim nada disse depois que ele pediu para conhecer o Palácio. Mas mandou um auxiliar anotar o nome dele. Tião foi passar o final de semana em Patos e retornou numa terça-feira para atender na sua barbearia. 

Ao chegar ao local, foi procurado por um emissário do governador, dizendo que ele deveria comparecer ao Palácio. “Cheguei ao Palácio e um assessor do governador mandou que eu assinasse um documento. Era o termo de posse”, lembrou Tião. 

Gondim governou a Paraíba em dois momentos. A primeira vez foi entre 1958 e 1960. Na época, era vice e assumiu em função da renúncia do governador Flávio Ribeiro, que estava doente. A segunda vez foi entre 1961 e 1966.

Tião Barbeiro cortou cabelo e fez barba dos ex-governadores Pedro Gondim, José Américo, Ruy Carneiro, João Agripino, Ernani Sátiro, Ivan Bichara, Dorgival Terceiro Neto, Clovis Bezerra, Wilson Braga, Tarcísio Burity, José Maranhão e Roberto Paulino. Tião também fez a barba do presidente Castelo Branco, em 1964. 

Indagado sobre que qual foi o melhor governador para ele, Tião respondeu de imediato: “Pedro Gondim, que me empregou. Depois, foi João Agripino, que comprou uma casa e praticamente me deu”. 

Tiãosó não trabalhou como barbeiro de Ronaldo Cunha Lima. “Não vou precisar dos seus serviços, porque tenho um barbeiro em Campina Grande. Mas ninguém vai mexer com você”, disse Ronaldo a Tião, que se aposentou no governo de Cássio Cunha Lima, de quem também não cortou o cabelo. 

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