Os países da zona do euro pretendem dar
garantias de estabilidade da moeda comum. A meta mais importante deverá
ser a de acalmar os mercados financeiros, reaver a confiança do
investidor e fomentar um crescimento econômico contínuo. Do esboço da
declaração final da cúpula do G20, em mãos da agência de notícias dpa,
consta: "Os membros da zona do euro, reunidos no G20, irão tomar todas
as medidas políticas necessárias para assegurar a integridade e
estabilidade da união monetária".
Os Estados que adotam o euro precisam romper com o círculo vicioso
de bancos deficientes e dívidas públicas incontroláveis. Todas as
economias líderes do planeta, ou seja, os países que pertencem ao G20,
prometem adotar medidas em prol de um maior crescimento e se esforçar
para reaver a confiança dos investidores.
O euro deve manter-se estável
Os países do G20 apostam na cooperação, a fim de reaquecer a
economia mundial. "Vamos agir juntos para fortalecer a recuperação
econômica e reduzir as tensões nos mercados financeiro", consta do
esboço, que deverá ser aprovado ao fim do encontro nesta terça-feira
(19/06).
O primeiro dia da cúpula na cidade mexicana de Los Cabos foi
dominado por discussões acerca da estabilidade do euro. Os EUA, a China
e a Índia demonstraram preocupações com a situação na Europa. Estes
países temem que a crise de endividamento nos Estados da UE arraste
consigo a economia mundial.
O presidente sul-coreano, Lee Myung Bak, conclamou com insistência
os europeus a realizarem as reformas necessárias. Segundo ele, mesmo
que este passo seja doloroso, somente um redirecionamento do sistema
financeiro da zona do euro poderá minimizar os riscos para a economia
mundial.
Barroso: "Não vamos aceitar que nos deem lições"
O presidente da Comissão da UE, José Manuel Durão Barroso, e a
premiê alemã, Angela Merkel, revidaram as acusações de que os europeus
sejam os responsáveis pela crise de endividamento. Segundo Merkel, não
apenas a Europa, mas todos os continentes precisam contribuir para
solucionar o problema.
"Não vamos aceitar que nos deem lições", afirmou Barroso. Alguns
dos países do G20, segundo ele, não têm nem ao menos um regime
democrático e não podem, por isso, dar lições de moral à Europa. Além
disso, completou Barroso, a crise atual começou nos EUA e só atingiu
posteriormente os bancos europeus. Tendo em vista a situação na
Espanha, declarou o presidente da Comissão Europeia, é preciso
encontrar um caminho que auxilie os bancos em dificuldades, mas que não
passe pelo Estado.
Obama e Merkel na cidade mexicana de Los Cabos
Merkel e o presidente norte-americano Barack Obama também deram
declarações a respeito da situação na zona do euro. Os dois chefes de
governo afirmaram que estão de acordo em relação à necessidade de mais
medidas visando à integração política na Europa.
Recentemente, Obama conclamou os europeus diversas vezes a se
esforçarem para aplainar a crise de endividamento na zona do euro. Os
problemas na Europa abalam cada vez mais a economia mundial, gerando
insegurança nos mercados financeiros. Isso prejudica as tendências de
recuperação da economia norte-americana e consequentemente também a
criação de novos empregos no país. A taxa relativamente alta de
desemprego nos EUA reduz, por sua vez, as chances de Obama de ser
reeleito nas próximas eleições presidenciais, a serem realizadas em
novembro.
Desemprego entre jovens deverá ser combatido
Outro destaque da cúpula do G20 é a criação de um plano de ação por
maior crescimento e sobretudo por mais empregos para os jovens. Segundo
Merkel, a meta é realizar reformas estruturais, sanear o orçamento e
gerar impulsos ao crescimento. Todos os países, salientou a chefe de
governo alemã, têm suas tarefas de casa a serem cumpridas.
A cúpula do G20 em Los Cabos é a sétima desde novembro de 2008,
quando os chefes de Estado e governo das principais nações
industrializadas e emergentes do mundo se reuniram pela primeira vez, a
fim de discutir a respeito do sistema financeiro mundial.
SV/rtr/dpa/afp,/dapd
Revisão: Carlos Albuquerque
Revisão: Carlos Albuquerque
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