Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito.

Sêneca

domingo, 24 de junho de 2012

Abaixo o desemprego!

Em tempos de pessimismo global, e desaceleração do ritmo de crescimento brasileiro, é uma ótima notícia o decrescimento da taxa de desemprego em nosso País.

Segundo o IBGE, em maio deste ano, o desemprego caiu para 5,8%. A menor taxa, para o citado mês, registrada desde 2002, quando do início dessa série histórica. Em maio de 2011, o desemprego ficou na casa dos 6,4%.

Na contabilidade do IBGE, o salário médio brasileiro estaria, em maio deste ano, na marca de R$ 1.725,60 (configurando um pulo de 4,9% sobre maio de 2011). Outra ótima notícia, reconheçamos.

Ainda pelos números dessa pesquisa, a população ocupada soma 23 milhões de pessoas, num crescimento de 1,2% sobre abril. Comparado com maio de 2011, nota-se um avanço de 2,5%. E daí por diante o estudo vai apontando para o positivo, ainda que em tamanho discreto. Comprova-se a força da economia brasileira. Mas é inegável que precisamos algo mais além do “bom” em termos de crescimento econômico refletindo na geração de empregos e renda. Necessitamos de bem mais postos de trabalho.

O desemprego segue sendo uma das feridas abertas no Brasil. E não podemos deixar de considerar que entre o empregado e o desempregado existe o largo universo do subemprego, sem falar do famigerado trabalho “em condições análogas à escravidão”. Essa chaga social demonstra sua resistência aos avanços contemporâneos quando analisamos outros dados da pesquisa do IBGE, pois lá está anotado que “o setor de serviços domésticos teve a maior alta nos salários sobre maio do ano anterior: 9,7%”. Sem tapar o sol com peneiras, esse tipo de ocupação está localizado ao rés-do-chão do perfil das atividades econômicas. Apesar de inegavelmente positivo, o enorme impacto produzido por esse crescimento salarial, pode atestar um tardio ajustamento ao salário mínimo dos ganhos de faixas desses trabalhadores.

Ao fim e ao cabo, repetimos o dito no primeiro parágrafo: é uma ótima notícia o despencar do desemprego. Mas precisamos de mais. Muito mais.

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