O
juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação
Monte Carlo, relatou ser alvo de ameaças de morte, disse que homicídios
podem ter sido cometidos por integrantes do esquema do contraventor
Carlinhos Cachoeira e pediu para ser tirado do caso.
Em
ofício encaminhado no último dia 13 ao corregedor-geral do Tribunal
Regional Federal da 1.ª Região, Carlos Olavo, ele afirma não ter mais
condições de permanecer no caso por estar em "situação de extrema
exposição junto à criminalidade do Estado de Goiás". E para evitar
represálias, disse que deixará o País temporariamente.
No documento ao qual o Estado teve acesso, o
juiz relata que segue esquema rígido de segurança por recomendação da
Polícia Federal, mas diz que sua família foi recentemente abordada por
policiais, que fizeram uma "ameaça velada".
"Minha
família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que
gostariam de conversar a respeito do processo atinente à Operação Monte
Carlo, em nítida ameaça velada." Lima indica que investigados pela
Operação Monte Carlo podem estar relacionados a assassinatos cometidos
recentemente, o que configuraria queima de arquivo. "Pelo que se tem
informação, até o presente momento, há crimes de homicídio
provavelmente praticados a mando de réus do processo", escreveu.
Nas
cinco páginas em que explica o pedido para deixar o caso, Lima elenca
os recentes processos polêmicos que comandou. Na Monte Carlo, 79 réus
foram denunciados, sendo 35 policiais federais, civis e militares. E
por ter determinado o afastamento dos policiais de suas funções, afirma
que não pôde ser removido para varas no interior do Estado "por não
haver condições adequadas de segurança". Em setembro, Lima afirma que
tirará os três meses de férias que teria acumulado e sairá do País por
"questões de segurança".
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