Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito.

Sêneca

domingo, 3 de junho de 2012

Oposição e base aliada aguardam quebra de sigilos

Dos pedidos que a CPI do Cachoeira já aprovou, o material mais aguardado é o relatório da quebra de sigilos das empresas que receberam dinheiro de contas movimentadas pela Delta Construções, por meio de seu ex-diretor para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu, ou do ex-diretor para a região Sudeste, Heraldo Puccini. Dali, os técnicos da comissão esperam extrair as informações que podem "esquentar" a CPI, até agora alimentada pelo combustível de arroubos temperamentais de seus integrantes.
 
- Existem muitos entraves políticos e de procedimento para quebrar sigilos. Na CPI dos Correios, por exemplo, acho que nunca quebramos o sigilo bancário do José Dirceu. Nossa experiência aponta que o caminho é a imersão total sobre todos os documentos, com o apoio de gente especializada. Só depois devemos ouvir as pessoas - avalia o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que relatou a CPI dos Correios, em 2005, cujo relatório final subsidiou a denúncia do mensalão, oferecida em 2006 pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao STF.

Oposição quer rastrear depósitos e aditivos

Para os governistas, liderados pelo relator Odair Cunha (PT-MG) e pelo vice-presidente da CPI Paulo Teixeira (PT-SP), o alvo é o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Para atacá-lo, aguardam a quebra do sigilo das empresas de fachada e a resposta da Polícia Federal ao requerimento de Teixeira que pede transcrição de todas as gravações de conversas fortuitas - não utilizadas no relatório da investigação - envolvendo pessoas com foro privilegiado.

- Não estou atrás de Gilmar Mendes, como andam dizendo. Tem muita gente para verificar nessas gravações. O governador Marconi... Alguns deputados... O governador Marconi - repetia um petista, após reunião demorada em um gabinete do PMDB para tratar dos rumos da investigação.

Na outra ponta, a oposição quer rastrear os depósitos de Cláudio Abreu e de Heraldo Puccini e confrontá-los com as datas de celebração de termos aditivos em contratos firmados pela Delta com o governo federal e com o governo do Rio de Janeiro. Também aguardam, ansiosos, a cópia dos autos da operação Saint-Michel, da Polícia Civil de Brasília, focada na ação de Abreu sobre o governo Agnelo Queiroz.

- É difícil tirar a CPI da inércia. Ainda mais uma CPI tão chapa branca quanto essa. Agora, começaremos a ver como a Delta se comportava no Rio, no Maranhão, em Tocantins. Vamos ver se esse esquema ficava mesmo só restrito ao Centro-Oeste - desafia o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS).

Yahoonoticias
Imagem de Internet

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