O estado de saúde do poeta e ex-governador Ronaldo Cunha Lima
voltou a se agravar nas últimas horas, o que obrigou a família a
instalar uma Unidade de Terapia Intensiva móvel no apartamento onde ele
reside, no bairro de Tambaú, em João Pessoa. Uma série de fatores foi
apontada como consequência do agravamento da saúde de Ronaldo, que está
com o pulmão esquerdo paralisado, enquanto o outro começou a ser
comprometido. Tão logo foi divulgada a notícia a respeito, houve uma
intensa mobilização nas redes sociais, com votos de que Ronaldo consiga
vencer os obstáculos.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) teve que se afastar das
atividades no Congresso para acompanhar de perto a situação do pai. Na
CPMI do Cachoeira, da qual Cássio faz parte, o suplente Aluízio Nunes,
senador por São Paulo, passou a substituí-lo. Cássio admitiu que, se
houver necessidade, está disposto a requerer uma licença do mandato, o
que causaria a ascensão do suplente José Gonzaga Rodrigues, o
empresário conhecido como Deca do Atacadão. “Numa circunstância como
esta, não poderia ficar distante do meu pai. Estou fazendo aquilo que
qualquer filho faria, sem prejudicar as atividades normais do Senado”,
observou o parlamentar, que postou no microblog “Twitter” a informação
sobre a piora da saúde do ex-governador, ex-senador, ex-deputado
federal, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Campina Grande.
Ronaldo luta contra um câncer no pulmão desde julho de 2011, tendo
sido submetido a um tratamento com especialistas no hospital Sírio
Libanês em São Paulo, tendo permanecido internado por vários dias no
hospital da Unimed em João Pessoa em janeiro. Não obstante a gravidade
do quadro, os familiares acharam conveniente manter o poeta em casa, na
UTI especialmente montada, por avaliar que é mais confortável do que a
permanência em hospital e fica mais próxima de familiares e amigos, que
podem visitá-lo com frequência. Inúmeras pessoas foram, ontem, à
residência de Ronaldo informar-se da situação e, ao mesmo tempo,
prestar solidariedade. Entre os expoentes da família, além do senador
Cássio, o ex-senador Ivandro Cunha Lima fez questão de marcar presença.
Cássio agradeceu a solidariedade de todos e pediu que as orações sejam
intensificadas para que Ronaldo tenha paz e tranquilidade e que seu
quadro de saúde seja restabelecido.
O senador Cássio chegou a ficar contrariado com a manifestação do
petista campinense Basílio Carneiro no Twitter, insinuando que ele está
muito calado diante das discussões políticas sobre a sucessão em
Campina Grande e em relação ao tratamento dispensado pelo governador
Ricardo Coutinho àquela cidade. Cássio pediu respeito à dor da família
e considerou intempestiva a manifestação do militante petista. Nascido
em Guarabira e casado com Glória Cunha Lima, Ronaldo foi governador do
Estado empossado em 1991, depois de ter vencido, em 90, o ex-governador
Wilson Braga num acirrado segundo turno, no qual contou com o apoio do
ex-candidato a governador João Agripino Neto, do PRN. Na época, o poeta
concorreu pelo PMDB, onde havia sido preterido em outras disputas.
Posteriormente, devido a divergências com o grupo maranhista, filiou-se
ao PSDB, atraindo um grande número de lideranças.
Nonato Guedes - nonaguedes@uol.com.br
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