O
juiz Leão Aparecido Alves divulgou hoje (21) nota em que se defende das
acusações de vazar informações da Operação Monte Carlo, que apurou
suposto esquema de corrupção e exploração de jogos de azar liderado por
Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Como
titular da 11ª Vara Federal em Goiás, Leão deveria assumir o caso com a
saída do colega Paulo Moreira Lima, ameaçado pelo crime organizado, mas
se declarou impedido porque é próximo de Cachoeira e de José Olímpio
Queiroga Neto, um dos principais auxiliares do empresário.
Segundo
Leão, a maior prova de que não houve vazamento de informações é que
Cachoeira, Queiroga e os outros réus presos no dia 29 de fevereiro não
fugiram.
Interceptações da Polícia Federal datadas de 7 de
fevereiro identificaram uma conversa de Cachoeira que faz suposta
referência ao magistrado: “Dia 14 o Leão assume a Vara e ela ficou de
avisar se vai ter prisão ou não”.
O juiz afirma que, caso os
acusados tivessem sido alertados sobre a decretação das prisões, que
ocorreu em 14 de fevereiro, teriam tempo suficiente para se esconderem,
já que as prisões ocorreram apenas 15 dias depois.
Sobre a
referência a seu nome na ligação telefônica, o magistrado diz que não
pode se responsabilizar pelo que terceiros atribuem a ele e à mulher.
“Lamentavelmente, nos dias de hoje, algumas pessoas se satisfazem
apenas com especulações”.
O juiz argumenta, ainda, que as
informações obtidas pelos acusados na Operação Monte Carlo não partiram
de integrantes da Justiça Federal porque a fonte não sabia das
interceptações e nem que as linhas habilitadas nos Estados Unidos
podiam ser monitoradas, o que já era conhecido pelos servidores da 11ª
Vara.
O juiz explica as ligações entre linhas telefônicas de
sua família e a de Cachoeira pela proximidade dos filhos, que estudam
juntos há anos. “Melhor seria se tivesse havido a interceptação
telefônica, porque nesse caso a exibição das conversas seria o
suficiente para expor a verdade”.
Quanto às ligações
telefônicas frequentes entre sua família e a de Queiroga Neto, ele
informa que a irmã do réu é madrinha de seu filho.
Leão Alves
diz que recebeu apoio da corregedora nacional Eliana Calmon e do
ex-corregedor do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1)
desembargador federal Cândido Ribeiro.
“Tenho a convicção de
que a investigação inocentará as pessoas atualmente colocadas [sob
suspeição] apenas com base no que terceiros disseram em conversa
telefônica, na condição de suspeitos”, garantiu.
Agência Brasil
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