A vice-presidente do Senado Marta Suplicy (PT-SP) não está em um dia
bom. Depois de mostrar irritação no Twitter com cobranças indiretas de
entusiastas da campanha do pré-candidato petista em São Paulo, Fernando
Haddad, Marta se envolveu num bate boca em plenário com os senadores
Mário Couto (PSDB-PA) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) nesta quarta-feira.
Na
presidência da Mesa, ela mostrou impaciência com o discurso na tribuna
do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que fazia um balanço crítico dos 15
meses do governo Dilma Rousseff.
Pelo regimento, depois de dez
minutos, há mais dois minutos de tolerância para finalização do discurso
em tribuna. Mas, quando os dez minutos de Aécio terminaram, Marta
começou a acionar a campainha, sem parar. Quando ele encerrou, com três
minutos a mais, ela tinha acionado a campainha cinco vezes.
Os
dois senadores, inconformados, lembraram que dia 6, durante discurso do
presidente José Sarney (PMDB-AP) na tribuna, ela desligara o cronômetro,
deixando que ele falasse por 47 minutos. Sem acionar campainha.
-
Presidente, quero saber se quando um membro da Mesa está discursando na
tribuna ele tem um tempo especial, diferente dos demais senadores -
perguntou Mário Couto, ainda calmo.
- Ela desligou o cronômetro e
o Sarney falou por 47 minutos de asneiras sem ser interrompido. Falava
sobre violência com aquela autoridade que tem para falar do assunto!
Aécio quase não conseguiu terminar seu discurso, no afobamento! -
emendou Jarbas Vasconcelos.
Pega no erro, Marta, sem a maior cerimônia, admitiu que atropelara o regimento para beneficiar Sarney e pronto:
-
Eu fiz uma liberalidade agora com o senador Aécio acionando a campainha
umas quatro ou cinco vezes. E fiz uma liberalidade maior com o senador
Sarney por decisão própria.
Nesse momento, os ânimos se exaltaram
e Jarbas e Mário Couto passaram a gritar. Marta nem se abalou.
Continuou impassível, ignorando a gritaria.
- Quer dizer que Vossa Excelência pode mandar e desmandar aqui? Faz o que quer? - reagiu Mário Couto.
-
A mim não vai me fazer de idiota! - gritou Jarbas, iniciando no
plenário conversas para tentar apoio para representar contra o que
chamou de "desmandos" de Marta na condução dos trabalhos.
Através
da assessoria, a senadora Marta Suplicy explicou que não foi liberal só
com o presidente José Sarney, como no dia 6. Mas tem feito isso outras
vezes, e citou o caso do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que no
mesmo dia o deixou falando por 1h36m. para dar suas explicações e
receber a solidariedade quase maciça do plenário. Segundo a assessoria,
não há nenhum caráter de perseguição partidária.
- Hoje, no
discurso do Aécio, a sessão tinha que andar com mais celeridade e a
senadora teve de ser mais rigorosa com os tempos. Mas não foi nada
partidário - explicou a assessoria.
Além de outros arranca-rabos
com os senadores da oposição, Marta Suplicy já enfrentou a reação do
plenário quando, a pedido do então líder do governo, Romero Jucá
(PMDB-RR), manteve o painel aberto por cinco dias para garantir quórum
para uma votação de interesse do governo, sem apreciação do plenário.
-
A Mesa tem que dar uma resposta a essa conduta autoritária e
discriminatória da vice-presidente com os parlamentares da Oposição.
Marta é uma autoritária! - protestou Jarbas Vasconcelos.
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