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Sêneca

quinta-feira, 29 de março de 2012

Marta Suplicy bate boca com senadores por interromper discurso

A vice-presidente do Senado Marta Suplicy (PT-SP) não está em um dia bom. Depois de mostrar irritação no Twitter com cobranças indiretas de entusiastas da campanha do pré-candidato petista em São Paulo, Fernando Haddad, Marta se envolveu num bate boca em plenário com os senadores Mário Couto (PSDB-PA) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) nesta quarta-feira.
 
Na presidência da Mesa, ela mostrou impaciência com o discurso na tribuna do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que fazia um balanço crítico dos 15 meses do governo Dilma Rousseff.

Pelo regimento, depois de dez minutos, há mais dois minutos de tolerância para finalização do discurso em tribuna. Mas, quando os dez minutos de Aécio terminaram, Marta começou a acionar a campainha, sem parar. Quando ele encerrou, com três minutos a mais, ela tinha acionado a campainha cinco vezes.

Os dois senadores, inconformados, lembraram que dia 6, durante discurso do presidente José Sarney (PMDB-AP) na tribuna, ela desligara o cronômetro, deixando que ele falasse por 47 minutos. Sem acionar campainha.

- Presidente, quero saber se quando um membro da Mesa está discursando na tribuna ele tem um tempo especial, diferente dos demais senadores - perguntou Mário Couto, ainda calmo.

- Ela desligou o cronômetro e o Sarney falou por 47 minutos de asneiras sem ser interrompido. Falava sobre violência com aquela autoridade que tem para falar do assunto! Aécio quase não conseguiu terminar seu discurso, no afobamento! - emendou Jarbas Vasconcelos.

Pega no erro, Marta, sem a maior cerimônia, admitiu que atropelara o regimento para beneficiar Sarney e pronto:

- Eu fiz uma liberalidade agora com o senador Aécio acionando a campainha umas quatro ou cinco vezes. E fiz uma liberalidade maior com o senador Sarney por decisão própria.

Nesse momento, os ânimos se exaltaram e Jarbas e Mário Couto passaram a gritar. Marta nem se abalou. Continuou impassível, ignorando a gritaria.

- Quer dizer que Vossa Excelência pode mandar e desmandar aqui? Faz o que quer? - reagiu Mário Couto.

- A mim não vai me fazer de idiota! - gritou Jarbas, iniciando no plenário conversas para tentar apoio para representar contra o que chamou de "desmandos" de Marta na condução dos trabalhos.

Através da assessoria, a senadora Marta Suplicy explicou que não foi liberal só com o presidente José Sarney, como no dia 6. Mas tem feito isso outras vezes, e citou o caso do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que no mesmo dia o deixou falando por 1h36m. para dar suas explicações e receber a solidariedade quase maciça do plenário. Segundo a assessoria, não há nenhum caráter de perseguição partidária.

- Hoje, no discurso do Aécio, a sessão tinha que andar com mais celeridade e a senadora teve de ser mais rigorosa com os tempos. Mas não foi nada partidário - explicou a assessoria.

Além de outros arranca-rabos com os senadores da oposição, Marta Suplicy já enfrentou a reação do plenário quando, a pedido do então líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), manteve o painel aberto por cinco dias para garantir quórum para uma votação de interesse do governo, sem apreciação do plenário.

- A Mesa tem que dar uma resposta a essa conduta autoritária e discriminatória da vice-presidente com os parlamentares da Oposição. Marta é uma autoritária! - protestou Jarbas Vasconcelos.

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