O
presidente da União Brasileira de Municípios (UBAM), Leonardo Santana (foto),
classificou a ação do Tesouro Nacional de nociva e arbitrária e disse
que vai exigir do ministro Guido Mantega imediata retratação com os
prefeitos paraibanos. Ele garantiu que esse tipo de relação é
anti-federalista, quando a União desrespeita a autonomia dos pequenos,
porém os mais importantes entes da federação, que são os Municípios.
A
Secretaria do Tesouro Nacional bloqueou o Fundo de Participação dos
Municípios de 27 prefeituras da Paraíba. A suspensão do repasse, segundo
o órgão, foi motivada por uma dívida das gestões com Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). O Pasep para o setor público é calculado em 1% com base nas receitas mensais,
se o município através da Prefeitura recolhe o valor do Pasep. O
Tesouro não revelou o débito de cada município. O programa foi criado
pela Lei Complementar Federal 8, de 03/12/70 e tem o objetivo de
propiciar aos funcionários e servidores públicos civis e militares
participação na receita dos órgãos e entidades integrantes da
administração pública direta e indireta, nos âmbitos federal, estadual e
municipal e das fundações.
Leonardo
Santana defendeu a apresentação de um projeto de lei que proíba a
interrupção das transferências constitucionais, sob qualquer alegação,
tendo em vista o perigo da continuidade administrativa, considerando
também que, embora as prefeituras tenham suas pendências, a situação não
é nada boa, principalmente por causa do governo da União, que faz o que
bem quer com o sistema tributário do país, com renúncias fiscais que só
têm comprometido os municípios.
Os
municípios que tiveram o FPM bloqueado são Araçagi, Assunção,
Cabaceiras, Casserengue, Condado, Cruz do Espírito Santo, Cuité, Cuité
de Mamanguape, Curral de Cima, Fagundes, Gurinhém, Juarez Távora,
Juripiranga, Livramento, Malta, Nova Palmeira, Olho D'Água, Pedras de
Fogo, Piancó, Pilões, Piloezinhos, Pirpirituba, Pocinhos, Santa Rita,
Santo André, São Bento e Solânea.
“Não
aceitamos o bloqueio. Vamos dizer isso ao ministro Guido Mantega. E,
para evitar arbitrariedades como essa, vamos apresentar no Congresso
Nacional um projeto de lei que nunca mais permitirá que setores do
governo federal ou qualquer setor, ponham as mãos nos cofres das
prefeituras, sob qualquer hipótese. O Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) é uma transferência de direito constitucional e não
pode deixar de ser repassada.”
O
presidente da UBAM lamentou a inércia do congresso nacional que,
segundo ele, assiste todo tipo de ação contra os municípios, sem uma
defesa a altura, pois o mínimo que se deveria fazer é desengavetar o
Projeto da Reforma Tributária, com emendas que reformule o tão
desrespeitado pacto federativo.
Jornalista Giuce Carvalho
Assessora da UBAM
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