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Sêneca

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Câmara Federal pede documentos da Operação Monte Carlo

BRASÍLIA  – A Frente Parlamentar de Combate à Corrupção pediu ontem ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que solicite à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) todos os documentos referentes às investigações de deputados federais, senadores e servidores públicos envolvidos com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob acusação de explorar jogos ilegais no Estado de Goiás. Além do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), são suspeitos de manter relação com Carlinhos Cachoeira os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), que também aparecem em gravações com Cachoeira.


Os parlamentares querem informações tanto das investigações da operação “Monte Carlo”, da PF, quanto de qualquer outra investigação que esteja sendo realizada pelos dois órgãos do Judiciário. “Somente quando chegar essa documentação no Congresso é que poderemos pedir investigações junto a Corregedoria da Câmara para investigar os parlamentares. Também não descartamos pedir uma CPI porque as denúncias e evidências até agora mostradas pela imprensa ultrapassam as suspeitas no Parlamento. Mas, só poderemos começar esse trabalho quando as informações nos forem dadas pela PGR e STF”, explicou o presidente da Frente de Combate à Corrupção, deputado Francisco Praciano (PT-AM). Aos membros da Frente Parlamentar, o presidente Marco Maia disse estar “estupefato” com as denúncias de tráfico de influência envolvendo o senador Demóstenes Torres (GO) e o contraventor.

 “Não parece razoável que o senador tenha se envolvido da maneira como se envolveu com uma figura carimbada da contravenção”, afirmou Marco Maia. O presidente da Câmara disse já ter pedido dados sobre as investigações ao chefe do Ministério Público da União (MPU) – o procurador-geral da República, Roberto Gurgel - para, diante das informações, decidir a melhor providência a tomar. Ele não descartou a abertura de investigações pelo Conselho de Ética e pela Corregedoria da Câmara, nem a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso. “Vamos olhar as investigações para termos condições de definir o que será necessário, se uma CPI, Conselho de Ética ou outros”. Marco Maia enfatizou que a Corregedoria “pode e deve” ser o primeiro caminho para a Câmara analisar as possíveis irregularidades. O PSOL protocolou ontem pedido de investigação, na Corregedoria da Câmara, sobre a relação dos deputados Carlos Alberto Leréia e Sandes Júnior com Carlos Cachoeira.

Cobrança para acelerar andamento de projetos 

Na audiência realizada ontem à tarde com o presidente da Câmara, os parlamentares-membros da Frente Parlamentar também cobraram do deputado Marco Maia a tramitação e votação dos inúmeros projetos de lei, Propostas de Emendas Constitucionais (PEC‘s) que tratam do combate à corrupção no Brasil. Foram orientados a buscar apoio dos líderes partidários para que as matérias entrem na pauta da Câmara. Um dos fatores que favorecem à prática da corrupção no Brasil é a morosidade da Justiça em julgar esses casos.

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