BRASÍLIA – A Frente Parlamentar de Combate à Corrupção pediu ontem ao
presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que solicite à
Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal
(STF) todos os documentos referentes às investigações de deputados
federais, senadores e servidores públicos envolvidos com o contraventor
Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob acusação de explorar
jogos ilegais no Estado de Goiás. Além do senador Demóstenes Torres
(DEM-GO), são suspeitos de manter relação com Carlinhos Cachoeira os
deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior
(PP-GO), que também aparecem em gravações com Cachoeira.
Os
parlamentares querem informações tanto das investigações da operação
“Monte Carlo”, da PF, quanto de qualquer outra investigação que esteja
sendo realizada pelos dois órgãos do Judiciário. “Somente quando chegar
essa documentação no Congresso é que poderemos pedir investigações junto
a Corregedoria da Câmara para investigar os parlamentares. Também não
descartamos pedir uma CPI porque as denúncias e evidências até agora
mostradas pela imprensa ultrapassam as suspeitas no Parlamento. Mas, só
poderemos começar esse trabalho quando as informações nos forem dadas
pela PGR e STF”, explicou o presidente da Frente de Combate à Corrupção,
deputado Francisco Praciano (PT-AM). Aos membros da Frente Parlamentar,
o presidente Marco Maia disse estar “estupefato” com as denúncias de
tráfico de influência envolvendo o senador Demóstenes Torres (GO) e o
contraventor.
“Não parece razoável
que o senador tenha se envolvido da maneira como se envolveu com uma
figura carimbada da contravenção”, afirmou Marco Maia. O presidente da
Câmara disse já ter pedido dados sobre as investigações ao chefe do
Ministério Público da União (MPU) – o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel - para, diante das informações, decidir a melhor
providência a tomar. Ele não descartou a abertura de investigações pelo
Conselho de Ética e pela Corregedoria da Câmara, nem a instalação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso. “Vamos olhar as
investigações para termos condições de definir o que será necessário, se
uma CPI, Conselho de Ética ou outros”. Marco Maia enfatizou que a
Corregedoria “pode e deve” ser o primeiro caminho para a Câmara analisar
as possíveis irregularidades. O PSOL protocolou ontem pedido de
investigação, na Corregedoria da Câmara, sobre a relação dos deputados
Carlos Alberto Leréia e Sandes Júnior com Carlos Cachoeira.
Cobrança para acelerar andamento de projetos
Na
audiência realizada ontem à tarde com o presidente da Câmara, os
parlamentares-membros da Frente Parlamentar também cobraram do deputado
Marco Maia a tramitação e votação dos inúmeros projetos de lei,
Propostas de Emendas Constitucionais (PEC‘s) que tratam do combate à
corrupção no Brasil. Foram orientados a buscar apoio dos líderes
partidários para que as matérias entrem na pauta da Câmara. Um dos
fatores que favorecem à prática da corrupção no Brasil é a morosidade da
Justiça em julgar esses casos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário