Na
Paraíba há 111 mil usuários de crack, de acordo com estimativa
trabalhada pela Comissão de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados. O
cálculo segue a proporção da estimativa da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para o Brasil: 3% da população do País consomem a droga, o que
implica em seis milhões de brasileiros viciados. Dessa forma, a Comissão
tem como principal meta de combate ao crack para este ano a votação de
projetos como a proibição de propaganda de bebidas alcoólicas em todos
os meios de comunicação e a internação compulsória de dependentes
químicos.
A Comissão de Combate às
Drogas da Câmara dos Deputados, que tem como vice-presidente o deputado
federal Wilson Filho, retomou as atividades em fevereiro deste ano,
visando as metas para 2012 de combate ao crack. “Queremos votar ainda
este ano projetos como o que proíbe a propaganda de toda e qualquer
bebida alcoólica em todas as mídias. Essas propagandas associam o
consumo de cerveja, por exemplo, à praia e pessoas magras e bonitas,
estimulando o consumo, quando sabemos que o consumo excessivo tem
efeitos totalmente diferentes. Também há outro projeto que prevê a
proibição de imagens alusivas ao consumo de bebidas e cigarro durante a
programação das emissoras de radiodifusão de sons e imagens, outra forma
de difundir e estimular o consumo destas substâncias nocivas”,
explicou.
É possível vencer
O
ex-usuário Adriano Jamarco contou que, antes de experimentar o crack,
fazia uso de outras drogas, como álcool, maconha e cocaína. “Comecei a
usar o crack há dez anos e, desde a primeira vez que usei, não quis mais
as outras drogas, só o crack. Cheguei a morar nove meses na cracolândia
e já assaltei e roubei para poder comprar a droga”, disse.
A
situação de Adriano piorou ao ponto de, tendo 1,75 m, chegar a pesar 45
kg, ficando bastante debilitado. “Depois de nove meses na cracolândia,
quando me vi todo sujo, barbudo e sem forças até para me levantar,
decidi buscar ajuda. Fui a uma comunidade terapêutica em São Paulo e
fiquei internado por seis meses.
Em
novembro passado vim para João Pessoa para ajudar outros dependentes
químicos. Estou sem usar álcool e drogas há um ano e meio e certamente
nada disso seria possível sem a ajuda dos profissionais do Caps. Os
profissionais me encorajaram a buscar a minha recuperação a cada dia
porque a dependência química é uma doença que não tem cura, mas é
possível estabilizar”, relatou.
Terapia
A
diretora do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do jovem cidadão III,
Marileide Martins, explicou que no local as atividades são direcionadas
para dependentes químicos que são conscientes da condição e desejam
abandonar o vício para os que ainda não estão preparados para o
tratamento. Atualmente, no Caps da Torre, passam cerca de 500 pessoas
por dia para os grupos terapêuticos, que incluem arte e cerâmica,
cidadania, prevenção e recaída.
Celina Modesto
VitrinePatos
Nenhum comentário:
Postar um comentário