A secretária de Planejamento em exercício do Distrito Federal, Wanderly
Costa, disse que o governo não pode remanejar
recursos do Fundo Constitucional para reajustar o salário dos
professores da rede pública, como reivindica o sindicato da categoria.
A entidade quer que o GDF use R$ 285 milhões do fundo para conceder o
aumento.
O diretor jurídico do Sindicato dos Professores, Washington
Dourado, contesta as explicações do governo. Segundo ele, o GDF está
usando os R$ 285 milhões para outras áreas. Segundo ele, o sindicato
pode ir até a Justiça se for necessário. “Basta uma decisão política do
governo para o fim da greve”, disse.
Segundo Wanderly , a proposta é ilegal, porque a verba faz parte
das despesas de custeio e é usada para pagar auxílio-alimentação e
auxílio-creche a servidores. Segundo a secretária, já foram gastos este
ano R$ 46 milhões desses recursos para o pagamento dos benefícios.
Ela disse que os gastos são enquadrados como despesas obrigatórias,
previstas em lei, e que o governo é obrigado a cumprir. “Retirar
dinheiro dessas despesas significa que os próprios professores
deixariam de receber auxílio-alimentação e auxílio-creche”, afirmou.
A secretária disse ainda que a Lei de Diretrizes Orçamentárias do
Distrito Federal determina que os recursos do Fundo Constitucional
sejam computados na receita corrente do DF. Segundo ela, se o recurso
for retirado das despesas de custeio para despesas de pessoal, a
receita do DF cai. “Esse ano não tem nenhum centavo para qualquer
categoria”, disse.
De acordo com o porta-voz do GDF, Ugo Braga, o governo está aberto
a conversar todo dia com a categoria mas não tem encontro agendado. Ele
disse que o secretário de Educação, Denilson Bento, pode receber uma
comissão da categoria nesta quinta, quando os professores fazem um ato
público na frente da Secretaria de Educação.
Justiça
O porta-voz também descartou neste momento uma eventual ação judicial do GDF contra a greve dos professores. "Não existe nenhum risco de judicializarmos a greve."
O GDF também divulgou nesta quarta os números sobre adesão da
categoria ao movimento. De acordo com o governo, nas 14 regionais de
ensino a adesão é de 37%, o que significa que, dos 20,5 professores da
rede pública, 7,6 mil estão parados.
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