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Sêneca

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Campanha que defende cura de gays é vetada em Londres

LONDRES - Um embate entre ativistas gays e associações que são contra a homossexualidade está agitando Londres. Uma campanha que defende o "abandono" e a "cura" da homossexualidade foi vetada pela prefeitura antes mesmo de começar a circular nos ônibus da capital.

Tudo começou com uma campanha da Stonewall para defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O slogan "Some people are gay. Get over it!" (Algumas pessoas são gays. Aceite isso!, em tradução livre) foi lançado em 2007 e, desde então, espalhou-se por ônibus, cartazes, adesivos, camisas e, é claro, na internet.

Agora, grupos cristãos resolveram responder de forma semelhante, usando as mesmas cores e fontes do banner original, mas foram barrados pelo prefeito de Londres, Boris Johnson. A campanha "Not gay! Ex-gay, post-gay and proud. Get over it!" (Não gay! Ex-gay, pós-gay e orgulhoso. Aceite isso!, em tradução livre), do grupo Core e do grupo Anglican Mainstream, foi proibida pela prefeitura antes mesmo de começar a veicular na semana que vem, como era previsto.

Um escritório de advocacia especializado em controversos casos religiosos foi contratado para tomar procedimentos legais contra o prefeito e contra a CBS Outdoor, empresa de mídia responsável pela venda do espaço publicitário dos ônibus londrinos. Eles podem abrir processo por quebra de contrato ou por violação à liberdade de expressão.

"Ex-gay" e "pós-gay" são termos usados por alguns religiosos para se referir a pessoas que alegam ter mudado sua orientação sexual através de terapia e orações. Os termos são fortemente condenados por organizações que defendem os direitos gays.

- Londres é uma das cidades mais tolerantes do mundo e é intolerante a intolerância. É claramente ofensivo sugerir que ser gay é uma doença da qual alguém pode se curar e eu não estou preparado para ter essa sugestão circulando por Londres em nossos ônibus - afirmou Boris Johnson.

Os realizadores da campanha pela "cura" dos gays insistem que o anúncio foi previamente aprovado pela Transportes para Londres (TFL), que é comandada pelo prefeito. Mike Davidson, líder do Core, acusou as autoridades de censura:

- Não sabia que havia censura. Nós passamos por todos os canais corretos e fomos encorajados pela empresa de ônibus para seguir por seus procedimentos. Eles deram ok e agora voltaram atrás - afirmou Davidson, que acredita que "o comportamento homoerótico é pecaminoso", ao jornal "Guardian".

A CBS Outdoor afirmou que o anúncio tinha passado pelo Comitê de Prática Publicitária. Acredita-se que a TFL fosse receber cerca de dez mil libras para que a frase circulasse em mais de 20 ônibus de cinco linhas de Londres, que passam por pontos turísticos e pelo centro da cidade.

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