Os deputados federais Carlos Leréia (PSDB) e Sandes Júnior
(PP), de Goiás, e Stepan Nercessian (PPS), do Rio de Janeiro, serão também
investigados em inquéritos distintos, pelo Supremo Tribunal Federal, por
suposto envolvimento no esquema montado em Goiás e no Distrito Federal pelo empresário-contraventor
Carlinhos Cachoeira. Assim, os parlamentares não são mais indiciados no
Inquérito 3.430, aberto no foro especial do STF para investigar as ligações do
senador Demóstenes Torres com o esquema criminoso montado e comandado por
Cachoeira.
O ministro Ricardo Lewandowski, relator do Inquérito 3.430,
deferiu, nesta terça-feira, pedido do procurador-geral da República, e
determinou o desmembramento das investigações referentes aos três deputados, já
que o próprio procurador, Roberto Gurgel, entendeu que os fatos envolvendo
estes parlamentares não teriam conexão direta com os atribuídos ao senador Demóstenes
Torres.
Agnelo Queiroz
O nome do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz
(PT), tinha sido também incluído pelo chefe do Ministério Público no inquérito
que investiga o ex-senador do DEM (atualmente sem partido). O ministro
Lewandowski também determinou o desmembramento das investigações quanto a ele.
Mas facultou ao procurador-geral a extração de cópia do Inquérito 3,430 para
que Roberto Gurgel — se assim lhe parecer — solicite a abertura de inquérito
contra o governador ao Superior Tribunal de Justiça — que é o foro por
prerrogativa de função para processar e julgar governadores.
De acordo com o despacho do ministro — como se apurou —
apesar e os fatos a eles atribuídos tenham ligação com os que envolvem o
senador Demóstenes Torres, estes investigados não têm a prerrogativa de foro
especial. Ou seja, deverão ser processados e julgados pela Justiça Federal de
primeira instância.
Jornal do Brasil
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