Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito.

Sêneca

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Super Lula e as eleições de 2012

Os números do Datafolha deste final de semana sobre a aprovação recorde do governo Dilma e o potencial do ex-presidente Lula (foto) para 2014 traz alvissareiras perspectivas para os petistas – e outras nem tanto. Primeiro, os aspectos positivos. Nem o mais otimista do PT imaginaria que um ano e três meses depois da posse, a presidente chegasse a quase 70% de gestão ótima e boa. A avaliação favorável acontece em praticamente todas as faixas de renda e escolaridade, o que mostra a consistência dos índices. Em igual período, Lula tinha 38%. FHC, 30%. O formidável do levantamento, entretanto, é a coroamento do lulismo em si. Para 57% dos brasileiros, mesmo com a altíssima aprovação de Dilma, Lula deveria voltar a disputar a Presidência da República. É bem verdade que cenários do tipo não chegam a causar hecatombes. Ambos sempre foram bem aprovados. Mas surpreendem, pela grandeza e objetividade dos números do acreditado instituto de opinião pública. Ainda mais às vésperas de um processo eleitoral, em que coligações podem definir o futuro de candidaturas. Por coligações, leia-se ter Lula na campanha, através do rádio, televisão, internet e material impresso, jogando toda a sua força, quase mítica, nesse ou naquele nome. Nas últimas eleições, aqui no Ceará, vimos isso bem de perto, na disputa para o Senado.

No caso particular da corrida pela Prefeitura de Fortaleza, o PT e os aliados sabem disso. Dilma, mais apegada à liturgia do cargo, dificilmente sairá em caravana pelo Brasil, de palanque em palanque. Se o fizer, será em doses homeopáticas e de forma rarefeita. Já o velho Lula, sem as amarras protocolares – algo, que ele nunca levou em consideração – deverá ser a maior máquina de fazer votos. Também. Principalmente se, como parece ser o caso, a saúde do petista se restabelecer.

A APROVAÇÃO E O OTIMISMO CONSERVADOR

De acordo com o Datafolha, o otimismo do brasileiro em relação à economia melhorou, e a expectativa é de que esse cenário se amplie ainda mais. Em termos gerais, a população acredita em menos inflação e mais poder de compra. Esse é o ponto. Todos os números, sem exceção, da aprovação de Dilma e a, digamos, saudade de Lula, tem como parâmetro a sensação de que a vida melhorou. Tanto é assim que a descida da curva do aumento de preços e a subida de Dilma no gosto do brasileiro tem um perfeito paralelo. O que isso significa? Que está cristalizado na cabeça do brasileiro que governo bom é aquele que, direto ou indiretamente, melhora a condição socioeconômica. O que é o padrão em quase todos os países. E nisso, os governos Dilma/Lula estão fazendo escola mundo afora. Mas há um porém. O que aprova hoje pode desaprovar amanhã. O levantamento diz que para 35% dos entrevistados, a oferta de emprego tende a cair nos próximos meses. Próximos 31% pensam o contrário. Esses índices se mantêm nas últimas pesquisas, o que revela uma espécie de otimismo conservador.

O governo Dilma vem atuando, fortemente, no combate à carestia de créditos e fomentando a retomada da economia, através de medidas pontuais e de estímulo ao consumo. Como se sabe, são iniciativas que, num ciclo virtuoso, pode significar taxas mais elevadas de emprego e de aprovação. Em tempo: O PT caminha para ser o partido com a maior duração no poder na história do Brasil republicano em períodos democráticos. Para o bem e para o mal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário