Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito.

Sêneca

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Reforma política não é golpe



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José Dirceu
Volto ao complexo e controverso tema da reforma política -- ao qual me dediquei neste mesmo espaço na semana passada -- para, desta vez, rebater as críticas feitas pelo ex-governador José Serra à proposta defendida pelo PT, elaborada pelo relator do principal projeto sobre o assunto na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).

Em artigo publicado no dia 11 de abril, no jornal o Estado de S. Paulo, sob o título "Reforma ou golpe?", o tucano, dedicado menos em esclarecer suas posições sobre o tema e mais em atacar as de seus adversários, classifica de "golpe" as proposições apresentadas pelo PT e por Fontana para pôr fim a uma série de distorções do atual sistema político-partidário brasileiro.

Empenhado na realização do projeto há alguns anos, Fontana procurou o Estadão para apresentar seus argumentos. Contudo, o jornal tratou de forma diferenciada as duas posições e recusou o debate proposto por Fontana no mesmo espaço conferido a Serra.

O que parece ser uma opção editorial se configurou em uma grande oportunidade perdida pelo jornal para colaborar com a discussão de um assunto fundamental ao aperfeiçoamento democrático em nosso país.

De todo modo, as críticas de Serra ao projeto do PT e de Fontana seriam bem-vindas se, na contrapartida, trouxessem alternativas para os principais itens que defendemos, como o financiamento público das campanhas eleitorais, o voto em lista flexível e o fim das coligações proporcionais, dentre outros que visam valorizar o embate programático em detrimento do poder econômico e de arranjos casuístas nas eleições.


PolêmicaPb


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