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Sêneca

sábado, 28 de setembro de 2013

Temperatura do planeta pode subir quase 5ºC até fim do século, estima IPCC

Temperatura do planeta pode subir quase 5ºC até fim do século, estima IPCCA temperatura do planeta subirá quase 5 graus Celsius (ºC) até 2100, afirma a previsão mais pessimista do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), divulgado nesta sexta-feira (27).

O painel reunido em Estocolmo, na Suécia, analisou quatro cenários possíveis sobre as mudanças climáticas até 2100. No caso mais otimista, a elevação da temperatura varia entre 0,3°C e 1,7ºC no período 2081-2100 frente à média observada entre 1986 e 2005.

Já na hipótese mais pessimista, o planeta ficará entre 2,6ºC e 4,8°C mais quente na mesma comparação. Os especialistas apresentaram essa variação baseada em quanto o planeta pode emitir, nas próximas décadas, de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera. 

É que o IPCC considera agora "extremamente provável" que a influência da atividade humana seja a principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20. Os especialistas calculam esta certeza em 95% contra os 90% do relatório anterior, divulgado em 2007, que considerava "muito provável" a responsabilidade do homem.

"Para limitar a mudança climática é necessário reduzir substancialmente e de forma duradoura a emissão de gases do efeito estufa", afirma Thomas Stocker, vice-presidente do painel.

Aumento do nível do mar
O órgão também revisou para cima as previsões sobre o aumento do nível do mar, uma das principais consequências do aquecimento global.

Os 259 especialistas de 39 países diferentes disseram ter aperfeiçoado a medição do fenômeno do degelo das geleiras da costa da Groenlândia e do Antártico, que eleva o nível do mar. Agora, o grupo do IPCC informa que a elevação das águas pode ficar entre 26 cm, no melhor cenário, e 82 cm, na pior estimativa, durante o século 21, contra a projeção de 2007, muito criticada por anunciar elevação entre 18 cm e 59 cm.

"Nosso trabalho é apresentar conclusões científicas. No relatório reafirmamos a urgência de reduzir as emissões. Espero que esta seja a mensagem que o mundo aprenda", afirmou Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.

O Painel afirma que a mudança climática afetará os processos do ciclo do carbono, impulsionando o aumento de CO2 na atmosfera e, por sua vez, a acidificação dos oceanos - que já absorveu 30% das emissões geradas por atividade humana.


A concentração de gases cresceu a níveis "sem precedentes", especialmente a de CO2, que é 40% maior agora do que na era pré-industrial devido às emissões de combustíveis fósseis. Além disso, esse provável aumento de temperatura também vai provocar fenômenos extremos com mais frequência.

"As ondas de calor acontecerão com mais frequência e durarão mais tempo. Com o aquecimento da Terra, acreditamos que acontecerão mais chuvas nas regiões úmidas e menos nas regiões secas, mas teremos exceções", disse Stocker.

Novo acordo climático
Criado há 25 anos pela ONU (Organização das Nações Unidas) , o IPCC tem por objetivo estabelecer um diagnóstico para orientar as decisões das autoridades políticas e econômicas, mas não propõe medidas de ação concretas. O relatório divulgado hoje é o primeiro de uma série informes que serão publicados até 2014. Os dois próximos volumes discutirão os possíveis impactos divididos por região do planeta e o último, que sairá até o mês de outubro do ano que vem, vai apresentar a síntese do estudo.

Quando estiver completo, o relatório servirá de base para as negociações internacionais sobre o clima que pretendem alcançar um acordo em 2015. Os 195 países participantes querem limitar a 2°C o aumento da temperatura na comparação com a era pré-industrial. Este ambicioso objetivo, porém, só será alcançado se for confirmado um aumento de 0,3°C durante o século 21, cenário em que há um drástico corte de emissões e novas políticas climáticas, ressalta o documento.

Mas é fato que o Painel do Clima da ONU destacou hoje que a temperatura da superfície terrestre deverá ultrapassar o aumento médio de 1,5°C até 2100, em relação à média de 1850 a 1900. A temperatura terrestre já aumentou quase 0,8°C desde a época pré-industrial, lembram os cientistas.

"Sabemos que os esforços para limitar a mudança climática não são suficientes para inverter a tendência do aumento das emissões de gases do efeito estufa", disse Christiana Figueres, secretária-executiva da ONU sobre o clima. "Para tirar a humanidade da zona de perigo, os governos têm que adotar medidas imediatas e chegar a um acordo em 2015, na grande conferência da ONU prevista para Paris", completou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, agradeceu ao IPCC por sua "avaliação regular e imparcial" da mudança climática.

"Este novo relatório será essencial para os governos que trabalham para alcançar acordos ambiciosos e legalmente vinculantes sobre a mudança climática em 2015", completou Ban, em um discurso exibido durante a apresentação do texto. 

UOL
(Com agências internacionais)

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