Quase cinco anos depois do crime, Giselma Carmem Campos Magalhães foi
condenada por júri popular por ter mandado matar o ex-marido e
diretor-executivo da Friboi Humberto Magalhães. A pena será de 22 anos e
6 meses de prisão por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe e
impossibilidade de defesa da vítima. Os familiares de Humberto que
estavam no plenário se abraçaram no momento da sentença.
Mesmo condenada, Giselma não saiu presa do Fórum Criminal da Barra
Funda. Um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal permite que
ela permaneça livre até o último recurso. Já o seu meio-irmão, Kairon
Vaufer Alves, réu-confesso por ter ajudado a irmã no planejamento do
crime, foi condenado a 21 anos. A pena dele foi atenuada porque Kairon
estava preso preventivamente desde o final de 2008 no Centro de Detenção
Provisória (CDP) de Pinheiros.
A mãe de Humberto, Maria
Ilda Magalhães, declarou que a justiça foi feita. "Se ela tivesse saído
daqui algemada era melhor", disse. O filho mais novo do casal, Carlos
Eduardo Campos Magalhães, que testemunhou contra a mãe, considera que a
pena foi branda. "Achei que ela merecia uma pena maior em vista do que
fez com meu pai", afirmou.
Julgamento. O promotor José
Carlos Consenzo usou a confissão de Kairon como evidência da
participação de Giselma no assassinato. O meio-irmão disse que ela o
procurou no Maranhão pedindo ajuda para matar o ex-marido porque tinha
muito ciúmes das mulheres com quem ele se envolvia e não aceitava que
Humberto a abandonasse depois de 20 anos de casamento. Segundo o
promotor, ela também teria motivos financeiros para matar o ex-marido.
Por
sua vez, a Defesa de Giselma insistiu na dúvida, que beneficiaria a ré,
afirmando que não haviam provas concretas da participação dela no
crime. "Ela nunca confessou", afirmou o advogado Mauro Nacif. A advogada
de Kairon, Vitória Gonçalves de Lacerda, ressaltou a postura
arrependida de seu cliente e pediu atenuante da pena por esse motivo.
O
julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda durou quatro dias. Cinco
testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas. Além do
depoimento de Carlos Eduardo, o filho mais velho de Giselma e Humberto,
Marcus Vinícius Campos Magalhães, testemunhou a favor da mãe.
Entenda. Giselma planejou a morte do ex-marido junto com seu irmão por
parte de mãe, Kairon Vaufer Alves. Kairon, mediante pagamento, contratou
dois homens para tirar a vida de Humberto e, na noite de 4 de dezembro
de 2008, o empresário foi executado com dois tiros perto de sua casa, no
bairro Vila Leopoldina. O motoqueiro Paulo dos Santos e o seu
contratante Osmar Gonzaga Lima já foram julgados e condenados a 20 anos
de prisão cada um. Giselma chegou a ficar presa por um ano e cinco meses
antes de obter uma liminar do STF.
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