O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente, nesta
terça-feira (23), o Programa Mais Médicos - lançado pelo governo federal
para incentivar profissionais a irem trabalhar no interior do País,
inclusive com a possibilidade de trazer médicos do exterior.
Segundo Lula, a medida é uma a alternativa para sanar o problema de
falta de médicos no País e atender pessoas que moram nas periferias das
cidades e não têm acesso à rede pública de saúde.
— Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente
traga médicos estrangeiros. [...] O que eu quero é levar médicos para
pessoas que não tem médicos. Uma das soluções é a gente importar. O
ex-presidente afirmou que precisava se posicionar porque o assunto
estava “atravessado na garganta”.
O governo recebeu inúmeras críticas da classe médica depois de lançar o
programa, oferecendo R$ 10 mil para médicos, mesmo estrangeiros, que
quiserem trabalhar em cidades do interior. Entidades representativas dos
profissionais chegaram a abandonar as comissões do governo que
participavam como forma de retaliação.
Elites
Durante mais de uma hora de palestra em Brasília, realizada no Festival
da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, Lula também afirmou que a
precariedade da saúde pública é responsabilidade da elite brasileira.
O ex-presidente lembrou que em 2003, durante seu primeiro ano de
governo, o Congresso aprovou o fim da CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de
Natureza Financeira) – taxa cobrada das movimentações bancárias para
custear o sistema de saúde.
De acordo com Lula, sem o imposto, os governos dele e da presidente
Dilma Rousseff deixaram de arrecadar R$ 350 bilhões que seriam aplicados
na rede pública de saúde.
Ele criticou a parcela rica da sociedade que, segundo ele, têm acesso
aos melhores hospitais e tratamentos, mas se esquecem de quem depende do
sistema público. Segundo Lula, quem é contra as medidas prejudica os
pobres e não o governo.
— Eu também tenho aqueles planos [de saúde]. Eu já fui peão de fábrica,
sem plano. Já fui deputado, com plano. Eu não preciso nem de plano
hoje, só o Lula já é um plano. Mas, nós precisamos ajudar o povo pobre
desse País.
Durante o discurso, Lula também se posicionou sobre a redução no número
de ministério do governo, defendeu a reforma política por meio do
plebiscito e fez até piada com as denúncias de espionagem americana no
Brasil.
R7
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