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Sêneca

sexta-feira, 26 de julho de 2013

“Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos estrangeiros”, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente, nesta terça-feira (23), o Programa Mais Médicos - lançado pelo governo federal para incentivar profissionais a irem trabalhar no interior do País, inclusive com a possibilidade de trazer médicos do exterior.  

Segundo Lula, a medida é uma a alternativa para sanar o problema de falta de médicos no País e atender pessoas que moram nas periferias das cidades e não têm acesso à rede pública de saúde.   

— Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos estrangeiros. [...] O que eu quero é levar médicos para pessoas que não tem médicos. Uma das soluções é  a gente importar.   O ex-presidente afirmou que precisava se posicionar porque o assunto estava “atravessado na garganta”.

O governo recebeu inúmeras críticas da classe médica depois de lançar o programa, oferecendo R$ 10 mil para médicos, mesmo estrangeiros, que quiserem trabalhar em cidades do interior. Entidades representativas dos profissionais chegaram a abandonar as comissões do governo que participavam como forma de retaliação.  
Elites 
Durante mais de uma hora de palestra em Brasília, realizada no Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, Lula também afirmou que a precariedade da saúde pública é responsabilidade da elite brasileira.   

O ex-presidente lembrou que em 2003, durante seu primeiro ano de governo, o Congresso aprovou o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira) – taxa cobrada das movimentações bancárias para custear o sistema de saúde.  

De acordo com Lula, sem o imposto, os governos dele e da presidente Dilma Rousseff deixaram de arrecadar R$ 350 bilhões que seriam aplicados na rede pública de saúde.   

Ele criticou a parcela rica da sociedade que, segundo ele, têm acesso aos melhores hospitais e tratamentos, mas se esquecem de quem depende do sistema público. Segundo Lula, quem é contra as medidas prejudica os pobres e não o governo.  

— Eu também tenho aqueles planos [de saúde]. Eu já fui peão de fábrica, sem plano. Já fui deputado, com plano. Eu não preciso nem de plano hoje, só o Lula já é um plano. Mas, nós precisamos ajudar o povo pobre desse País.  

Durante o discurso, Lula também se posicionou sobre a redução no número de ministério do governo, defendeu a reforma política por meio do plebiscito e fez até piada com as denúncias de espionagem americana no Brasil.


R7

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