Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito.

Sêneca

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A americana Michelle que esteve em Piancó em 1969 fará uma visita a cidade agora em 2014e será recepcionada por moradores do Bairro Alto belo Horizonte

A história da americana Michelli  tem muito a ver com a cidade de Piancó, especialmente o Bairro Alto Belo Horizonte, quando em 1969, participando como membro do Voluntários da Paz, a mesma chega ao Recife e logo em seguida a Paraíba, onde se interessa pela cidade de Piancó. Os Voluntários da Paz foi uma iniciativa criada pelo presidente norte-americano John Kennedy com o objetivo de promover o intercâmbio entre as nações e valorizar a paz mundial. Michelli visitará a cidade e receberá algumas homenagens pelo seu trabalho voluntário no Bairro Alto Belo Horizonte.

"No dia em que completei 20 anos, em janeiro de 1969, tomei uma decisão: não esperaria nem mais um dia. Peguei um ônibus com destino a Piancó - deixei uma mensagem de despedida no escritório do diretor do Corpo da Paz na Paraíba. Já no ônibus, conheci pessoas que seriam fundamentais para minha sobrevivência na cidade e com quem mantenho laços de amizade até hoje. Uma delas é Menininha Porto, filha de Seu Chico Porto. Ela me levou para a casa dela, onde conheci a família de Seu Chico e Dona Maria. Convidaram-me para ficar na casa deles. Aceitei com alegria e, em poucos dias, já conhecia boa parte dos habitantes de Piancó", diz Michelli. O prefeito da cidade era Antonio Leite Montenegro, que deu todo apoio à chegada dela no Município.


Como conheceu o Bairro Alto Belo Horizonte - A filosofia do trabalho de desenvolvimento da comunidade era a seguinte: quem deseja ajudar no desenvolvimento de uma comunidade precisa morar e trabalhar no lugar por um tempo para conhecer a realidade local e saber de que forma é possível ajudar. "Assim, nas minhas horas livres, passei a visitar o bairro do Alto, região mais carente de Piancó. Conversava com as pessoas, ouvia os anseios e reclamações e, um dia, dei-me conta de que todos concordavam com um ponto: a escola do Alto era muito perigosa para as crianças. A construção era precária. Havia risco de desabamento a qualquer momento. O caso era urgente".

Michelli ainda lembra que durante todo esse processo, a Paraíba enfrentava um momento de muita seca e fome. Homens e meninos desmaiavam durante o trabalho. "Fiquei apavorada. Com a ajuda do diretor do Corpo da Paz da Paraíba, conseguimos a doação de alimentos através do programa norte-americano Aliança para o Progresso, baseado no Recife". Para evitar saques, foi preciso alugar um caminhão com guardas armados para transportar os alimentos de Recife a Piancó. "Por falta de um lugar mais apropriado, guardamos os alimentos na minha casa. A distribuição era semanal".

"No final da obra, dei-me conta de que não tinha mobiliário, sobretudo, mesas para os alunos. Fui a João Pessoa para falar com o governador da Paraíba e solicitar os móveis. Também o convidei para conhecer o projeto. Ele ficou bastante entusiasmado e se mostrou a disposição para ajudar. Enviou mesas, cadeiras e diversos móveis. Também participou da inauguração da escola que teve banda de música e festa no Clube Municipal". A escola a que Michele se refere é hoje a Escola Ernestina de Araújo Silva.

"Permaneci por dois anos em Piancó, período que corresponde ao estágio normal do programa Voluntários da Paz. Chorei muito na minha despedida. Apesar de feliz por completar uma etapa importante para o meu amadurecimento como ser humano, sentia-me arrasada em dar adeus a tantas pessoas queridas e deixar para trás tantas realizações importantes. Até hoje Piancó permanece em mim. Esses foram os anos mais difíceis e mais felizes da minha vida", finalizou.



Com OBlogdePianco


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