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Sêneca

sexta-feira, 22 de março de 2013

Juiz descarta suicídio no julgamento do 'Caso Asfora', na Paraíba

O juiz Alberto Quaresma afirmou nesta quinta-feira (21), que a hipótese de suicídio de Raymundo Asfora, ex-vice-Governador da Paraíba, não será discutida no Tribunal do Júri de Campina Grande. Segundo o magistrado, "o tribunal entende pelo homicídio e será discutida a autoria ou negativa de autoria por parte dos réus".

Julgamento teve do caso Asfora teve início na manhã desta quinta-feira (21) (Foto: Taiguara Rangel/G1)
Julgamento vai ter foco na autoria do crime
(Foto: Taiguara Rangel/G1)
O julgamento do 'Caso Asfora', ocorrido em 6 de março de 1987, teve início às 9h na comarca de Campina Grande. O juiz informou que não serão ouvidas testemunhas, apenas haverá exibição de vídeos com relatos dos fatos e oitiva dos réus, a viúva de Asfora, Gilvanete Vidal, 60 anos, e Marcelo da Silva, 68.

O Tribunal de Justiça da Paraíba havia anulado o primeiro julgamento, determinando que os acusados fossem levados a um novo júri popular. Naquela oportunidade, o Conselho de Sentença havia absolvido os réus, com base na tese de suicídio.

O Ministério Público recorreu, com o argumento de decisão ter sido contrária à prova dos autos, já que existe uma perícia técnica que aponta para um possível homicídio.

Entenda o caso
A morte de Raimundo Asfora aconteceu em 1987. Ele foi encontrado morto no dia 6 de março, dentro de sua granja, no Bairro de Bodocongó, em Campina Grande. À época, o Ministério Público denunciou os acusados que foram indiciados por homicídio qualificado e por concurso de pessoas.

História
Nascido na capital cearense Fortaleza, Raymundo Yasbeck Asfora desembarcava em Campina Grande aos 12 anos de idade, em companhia dos pais libaneses no ano de 1942. Aos 18 anos militava nos movimentos estudantis, atuando na luta pela restauração do Grêmio Estudantil Campinense, conquistando a construção da 'Casa do Estudante' mais tarde seria nomeada 'Casa Félix Araújo'.

Cursou a Faculdade de Direito na cidade de Recife, em Pernambuco, retornando a Campina Grande no ano de 1952 para assumir a Secretaria de Serviço Social na gestão do prefeito Severino Cabral. Sua colaboração o leva a ser eleito vereador de Campina Grande em 1955, tornando-se o líder da oposição ao prefeito Elpídio de Almeida.

Foi eleito deputado estadual em 1958. Em 1964 assumiu, como suplente, mandato na Câmara Federal de Deputados e posteriormente retornou à bancada em 1982. Em 1976, é eleito vice-prefeito de Campina Grande na chapa de Enivaldo Ribeiro, cumprindo mandato de 1977 a 1982. No ano de 1986, aceitou a indicação do seu nome para vice-governador, sendo eleito junto ao governador Tarcísio Burity governador em 15 de Novembro de 1986.

Além de jurista e político, Raymundo Asfora é coautor de uma das mais populares composições musicais da região, em parceira com Rosil Cavalcante, considerada um hino não-oficial de Campina Grande e intitulada “Tropeiros da Borborema”.

G1

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