A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira (8) 15 mandados de
busca e apreensão em endereços de empresas, de secretários municipais
de Conceição, e também na casa de um filho da ex-prefeita de uma da
cidade. Conforme a polícia, uma investigação apontou que o filho da
ex-gestora, mesmo não possuindo qualquer vínculo formal com a
prefeitura, atuava como se fosse prefeito ao firmar a contratação de
empresas que executavam obras licitadas.
Uma entrevista coletiva será concedida às 10h30 da manhã na sede da
Superintendência Regional da Polícia Federal, na cidade de Cabedelo,
para dar mais detalhes da operação que foi intitulada de 'Premier'.
Segundo a Polícia Federal, o nome faz referência à forma de
administração da prefeitura de Conceição durante a última gestão,
semelhante ao sistema parlamentarista, onde havia um “Primeiro
Ministro” de fato, mas não de direito naquela cidade.
A investigação que culminou na operação desta sexta foi conduzida pela
Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos
Público da Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da
União (CGU). De acordo com a PF, além de contratar as empresas o filho
da ex-prefeita pegava as verbas oriundas de convênios federais e
contratos de repasse com a União e rateava entre ele e os empresários
contratados.
Os mandados cumpridos nesta sexta foram expedidos pela 14ª Vara da
Justiça Federal em Patos e foram cumpridos em endereços localizados nos
municípios paraibanos de João Pessoa, Cabedelo, Conceição, Itaporanga,
Livramento, Monteiro, São José da Lagoa Tapada, São José de Piranhas e
Uiraúna.
De acordo com a polícia, a CGU-PB constatou, em fiscalização realizada
no mês de novembro de 2012 naquele município, a ocorrência de diversos
pagamentos em valores bem superiores às obras que haviam sido
realizadas, tendo verificado, ainda, que algumas obras vinham sendo
executadas pela própria prefeitura. A Polícia Federal, no curso das
investigações, identificou acertos e conluio entre o filho da
ex-prefeita e os sócios das empresas que, muitas vezes, possuíam em seu
contrato social verdadeiros “laranjas”, alguns inclusive beneficiários
do programa Bolsa Família, apesar da empresa da qual eram
“proprietários” estar executando obras de valores milionários.
No total, segundo a Polícia Federal, foram apuradas ilegalidades em 10
licitações realizadas entre os anos de 2010 e 2012 cujos valores totais
ultrapassam R$ 7 milhões. Durante o referido período houve o repasse de
quase R$ 5 milhões referentes a tais obras, que tiveram seis empresas
beneficiárias. Os investigados responderão pelos crimes previstos nos
artigos 90 e 96 da Lei de Licitações (Lei n. º 8.666/1993), por
formação de quadrilha e corrupção passiva.
Da Redação com o Portal JP Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário