Orçada em R$ 8,2 bilhões, a obra de transposição das águas do rio São Francisco pretende em até 2025 beneficiar
cerca de 2,5 milhões de paraibanos distribuídos em 127 municípios.
Contudo, praticamente a metade dos lotes de execução de obras estão
paralisados, inclusive os localizados no Estado, o que tem provocado o
atraso na conclusão dos trechos.
Das 16 áreas em todo o Nordeste, sete estão em inatividade, inclusive
os pertencentes ao eixo Norte, como a cidade de São José de Piranhas,
que concentra os sistemas adutores de Coremas / Sabugi e Canal Coremas
/ Sousa. As obras em São José de Piranhas foram visitadas em dezembro
de 2010 pelo então presidente Lula.
Quem denunciou a pausa nos trabalhos foi o deputado estadual Assis
Quintans. Segundo ele, desde o último mês de junho, data de sua última
visita aos canteiros de obras, não havia nenhum sinal de trabalho, o
que apontaria um prejuízo para os moradores da região que contam com a
conclusão do projeto para serem assistidos
na região. “Aquela área tem 560 metros cúbicos de água por habitante/
ano, onde a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o mínimo seja
1.500 metros cúbicos. É uma região deficitária que sofre cada vez mais
com o atraso dos trabalhos”, disse.
Quintans é um dos parlamentares indicados pela Assembleia Legislativa
para acompanhar as obras e mostrou-se pessimista com os resultados dos investimentos
que já foram feitos, uma vez que o andamento da obra em vários locais
não tem sido positivo. “A obra começou com R$ 4,6 bilhões de previsão
orçamentária. Hoje esse número subiu para R$ 8,2 bilhões, sendo gasto
mais de R$ 3,2 bilhões até agora, mas com vários pontos que não
avançaram, tanto no Eixo Norte como no Leste”, acrescentou.
No estado da Paraíba, o Eixo Leste do projeto permitirá o aumento da garantia da oferta de água para os municípios atendidos pelas adutoras do Congo, Cariri, Boqueirão e Acauã.
De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Integração
Nacional, 40% das obras estão concluídas, e os trechos que estão
parados não apresentam preocupação, uma vez que até 2015 serão
finalizados 81 quilômetros entre os municípios de Brejo Santo (CE), até
o reservatório Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras.
Nova vistoria
Para o lote entre as cidades de São José de Piranhas (PB) e Cabrobó
(PE), o Ministério apontou que está em fase de conclusão, uma vez que
os contratos com as construtoras está em fase de encerramento. Contudo,
o Quintans confirmou que até o mês de setembro será formada uma
comissão contando, além da classe política, com técnicos do Ministério
da Integração e o Tribunal de Contas da União para averiguar os motivos
da morosidade nas áreas citadas pelo parlamentar.
“O que nós vimos foi um verdadeiro abandono nesses locais. O que
precisamos fazer é a classe política assumir a responsabilidade e fazer
pressão para o prosseguimento da obra.
Vamos reunir os representantes da Paraíba no Senado e fazer um
relatório, porque o que eu fiz da última vez que visitei os locais
mostra que a obra está andando a passos de tartaruga”, destacou Assis.
JORNAL DA PARAÍBA
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