Os processos relativos a improbidade
administrativa e crimes contra a administração pública ganharam uma
atenção especial do Poder Judiciário paraibano. Neste sábado (17), foi
instaurado o regime especial para dar celeridade aos julgamentos dos
feitos dessa natureza, distribuídos até 31 de dezembro de 2011, em todo o
Estado. A abertura do mutirão ocorreu no Fórum Cível da Capital, onde
os magistrados designados foram orientados quanto à metodologia dos
trabalhos. As primeiras comarcas atendidas pelo mutirão são as de João
Pessoa (iniciado neste sábado) e Campina Grande, envolvendo 800
processos.
A abertura da solenidade foi feita pelo desembargador Leandro dos
Santos, gestor da Meta 18 estabelecida pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que orienta os Tribunais de todo o país a darem
celeridade a estes processos, até dezembro do ano em curso. Na ocasião,
ele também representou a presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba,
desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti.
“Trata-se de uma missão árdua e justa, e uma resposta à sociedade
naquilo que ela espera em relação à proteção ao erário”, declarou o
desembargador Leandro. Ele explicou que o esforço tem o objetivo de
fazer cumprir a lei, de forma rigorosa, para todo gestor que não agiu
corretamente durante a administração pública.
O juiz que está coordenando o regime, Aluízio Bezerra Filho,
ressaltou que não só os processos listados no mutirão devem ser
priorizados, mas todos os feitos relacionados à improbidade e crimes de
administração.
“Todos os servidores e juízes e do Estado com competência para
atuar nestes processos devem dar prioridade à tramitação e às decisões,
assim como aos atos processuais em cartório”, destacou.
Ele explicou ainda que as penalidades previstas em lei para casos
de improbidade são a perda de cargo público, aplicação de multa civil,
suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o Poder
Público.
“São medidas fortes que afastam o agente político da vida
pública, o que vai repercutir também na Lei da Ficha Limpa”, disse. O
juiz esclarece que a atividade pública exige muita responsabilidade do
gestor e observação total aos princípios da moralidade e da legalidade.
Na próxima sexta-feira (23), os magistrados se reunirão em
Campina Grande, para oficializar o esforço concentrado naquela comarca.
Mutirão - O mutirão abrange as 20 comarcas que possuem mais
feitos envolvendo o assunto em questão e terá a atuação de 10 juízes,
acompanhados de seus assessores e servidores. O esforço ocorrerá sempre
nas sextas-feiras (à tarde) e aos sábados, por um período de seis
semanas, em dois núcleos situados em João Pessoa e Campina Grande.
O núcleo de Campina Grande abrangerá os feitos das regiões do
Agreste, Sertão e Cariri; o de João Pessoa vai avaliar os processos da
Região Metropolitana e do Brejo.
Vão atuar no regime os juízes João Batista Vasconcelos, Antônio
Carneiro de Paiva, Algacir Rodrigues e Jailson Shizue, no Núcleo da
comarca de Campina Grande. Já os magistrados Falkandre de Sousa, Diego
Fernandes, Fabrício Meira, Ely Trindade, Manuel Maria Antunes e Fábio
José de Oliveira, atuarão no Núcleo da comarca da Capital.
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