Foi
enterrado no final da tarde desta terça-feira (30), no Cemitério Santa
Catarina, em João Pessoa, o funcionário público aposentado Sebastião
Henrique da Silva, de 80 anos, conhecido como Tião Barbeiro. Ele morava
no bairro da Torre, na Capital. Era diabético, teve complicações nos
rins e foi vítima de parada cardíaca, no meio da tarde de anteontem, na
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Edson Ramalho, onde
morreu.
Pai do jornalista Luiz Henrique da Silva, Tião era
natural de Patos e foi nomeado barbeiro oficial do Governo da Paraíba
pelo ex-governador Pedro Gondim. A nomeação aconteceu depois que ele
cortou o cabelo de Gondim em sua barbearia, no Paraíba Palace Hotel, no
Centro da Capital.
Após o corte, ele pediu ao governador para
conhecer o Palácio da Redenção, a sede do Governo. Em entrevista ao
Correio, um no início desde ano, ele disse que, na época em que cortou o
cabelo de Gondim, queria voltar a Patos e contar aos amigos que tinha
entrado no Palácio.
Segundo Tião, Gondim nada disse depois que
ele pediu para conhecer o Palácio. Mas mandou um auxiliar anotar o nome
dele. Tião foi passar o final de semana em Patos e retornou numa
terça-feira para atender na sua barbearia.
Ao chegar ao local,
foi procurado por um emissário do governador, dizendo que ele deveria
comparecer ao Palácio. “Cheguei ao Palácio e um assessor do governador
mandou que eu assinasse um documento. Era o termo de posse”, lembrou
Tião.
Gondim governou a Paraíba em dois momentos. A primeira
vez foi entre 1958 e 1960. Na época, era vice e assumiu em função da
renúncia do governador Flávio Ribeiro, que estava doente. A segunda vez
foi entre 1961 e 1966.
Tião Barbeiro cortou cabelo e fez barba
dos ex-governadores Pedro Gondim, José Américo, Ruy Carneiro, João
Agripino, Ernani Sátiro, Ivan Bichara, Dorgival Terceiro Neto, Clovis
Bezerra, Wilson Braga, Tarcísio Burity, José Maranhão e Roberto Paulino.
Tião também fez a barba do presidente Castelo Branco, em 1964.
Indagado
sobre que qual foi o melhor governador para ele, Tião respondeu de
imediato: “Pedro Gondim, que me empregou. Depois, foi João Agripino, que
comprou uma casa e praticamente me deu”.
Tiãosó não trabalhou
como barbeiro de Ronaldo Cunha Lima. “Não vou precisar dos seus
serviços, porque tenho um barbeiro em Campina Grande. Mas ninguém vai
mexer com você”, disse Ronaldo a Tião, que se aposentou no governo de
Cássio Cunha Lima, de quem também não cortou o cabelo.
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