Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito.

Sêneca

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Transposição não é Solução




“Velho Chico vem de Minas de onde o oculto do mistério se escondeu, sei que o levas todo em ti...” (Caetano Veloso).

Ser contra ou a favor; a algo que possivelmente acontecerá no futuro, é preciso ter consciência e informação para que essa decisão venha de fato ser benéfica a todos que diretamente ou indiretamente dependerão dela.
A questão da transposição das águas do rio São Francisco para algumas áreas dos sertões nordestinos me parece muito mais manobras políticas do que necessidade hídrica, visto que, algumas dessas áreas carecem muito mais de uma política social e econômica cultural, voltada para o seu desenvolvimento do que as águas do rio São Francisco, pois a realização dessa transposição pode correr o risco de "inundação" e afogar de vez a esperança de um desenvolvimento econômico. Sabendo que a transposição dessas águas tem um valor financeiro muito alto e interesses políticos; os governantes podem cruzar os braços, com uma possível certeza de um dever cumprido, (sé é que essas águas sejam transpostas), podendo tornar impossível a viabilidade de outros investimentos que é mais e ou tão necessário quanto à transposição, e alegar a falta de recursos financeiros para o desenvolvimento econômico e social dessas áreas denominadas de póligno da seca e os sertanejos permanecerem com sede frente a essas águas.
Pesquisas revelam que “a transposição do rio São Francisco se refere ao polêmico e antigo projeto de transposição de parte das águas do rio São Francisco, no Brasil, nomeado pelo governo brasileiro como "Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional". O projeto é um empreendimento do Governo Federal, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional– MI. Orçado atualmente em R$ 4,5 bilhões, que prevê a construção de dois canais que totalizam 700 quilômetros de extensão. Tal projeto, teoricamente, irrigará a região nordeste semi-árida do Brasil. A polêmica criada por esse projeto tem como base o fato de ser uma obra cara e que abrange somente 5% do território e 0,3% da população do semi-árido brasileiro e também que se a transposição for concretizada afetará intensamente o ecossistema ao redor de todo o rio São Francisco. Há também o argumento de que essa transposição só vai ajudar os grandes latifundiários nordestinos, pois grande parte do projeto passa por grandes fazendas e os problemas nordestinos não serão solucionados. O principal argumento da polêmica dá-se, sobretudo pela destinação do uso da água: os críticos do projeto alegam que a água será retirada de regiões onde a demanda por água para uso humano e dessedentação animal é maior que a demanda na região de destino e que a finalidade última da transposição é disponibilizar água para a agroindústria e a carcinicultura”, (criação de camarão, para exportação)
Os setanejos paraíbanos não só carece de água e pão; mas de toda uma politica econômica, social e cultural voltada para o seu desenvolvimento.

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