O
pastor Marcos Pereira, preso na noite de terça-feira (7), suspeito de
ter estuprado seis fiéis, dizia às vítimas que elas estavam "possuídas" e
que só iriam se llivrar do "mal" caso tivessem relação sexual com um
religioso, segundo informou o na manhã desta quarta-feira (8) o delegado
Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), após ouvir
supostas vítimas do religioso.
"Ele tinha um
comportamento semelhante quando estuprava as mulheres dentro da própria
igreja. Ele dizia que elas estavam possuídas, demoniadas e ele fazia
crer que a única forma que essas pessoas pudessem ser libertadas daquele
demônio era tendo relação com uma pessoa santa", declarou o delegado
Márcio Mendonça.
Marcos Pereira também é investigado por homicídio, associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Imagens
gravadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro mostram o momento da
prisão do pastor Marcos Pereira, que comanda a Igreja Assembleia de Deus
dos Últimos Dias. Investigação que começou há um ano aponta que ele
estuprou seis mulheres, três delas menores de idade, conforme mostrou o
Bom Dia Rio desta quarta-feira (8).
A prisão
ocorreu na noite de terça, na Avenida Brasil, quando o pastor seguia em
direção a Copacabana, na Zona Sul da cidade. Ele estava acompanhado por
fiéis. Contra Marcos, havia dois mandados expedidos pela Justiça.
De acordo com
as investigações, parte dos crimes aconteceu em um apartamento na
Avenida Atlântica, localizada no mesmo bairro. O local seria usado pelo
religioso para promover orgias e violência sexual. O imóvel, avaliado em
R$ 8 milhões, está registrado em nome da Assembleia de Deus dos Últimos
Dias.
Fiéis da igreja
As seis
mulheres, que são fiéis da igreja, afirmaram que foram abusadas
sexualmente pelo religioso. Dentre as vítimas, está a própria esposa e
uma mulher que disse ter sido estuprada dos 14 aos 22 anos. Na chegada à
delegacia, Marcos Pereira disse que ainda não tinha detalhes da
acusação e preferiu não comentar a prisão preventiva.
O pastor ficou
conhecido por ajudar na reabilitação de dependentes químicos e no
resgate de criminosos que seriam mortos por traficantes. Em 2004, ele
negociou o fim de uma rebelião em presídio do Rio. Marcos Pereira deve
ser transferido nesta quarta-feira (8) para o Complexo de Bangu, na Zona
Oeste.
Há um ano, líder do AfroReggae fez denúncia
Em fevereiro de
2012, o líder do AfroReggae José Junior prestou depoimento à Comissão
de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
sobre supostas ameaças que o pastor teria feito ao grupo. Segundo
Júnior, Marcos teria, também, participado da onda de ataques cometidas
por traficantes no Rio, entre 2006 e 2010.
Na ocasião, em
nota, o religioso respondeu: "Durante muitos anos atraímos o olhar
desconfiado de muitas pessoas, o que me colocou sob investigação e
monitoramento intenso e permanente dos órgãos policiais, sem que
nenhuma, repito, nenhuma ligação minha ou da igreja que presido tenha
sido identificada. Trabalhar com criminosos visando a sua recuperação é
diferente de se envolver com criminosos, e esta fronteira eu nunca
ultrapassei"
G1
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