Nelson Jr./SCO/STF
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O
Supremo Tribunal Federal abriu hoje (17) ação penal contra o deputado
federal Bernardo de Vasconcellos Moreira (PR-MG), por crime tributário. O
parlamentar é acusado pelo Ministério Público Federal de falsificação
de notas fiscais para encobrir origem ilícita de carvão vegetal. Segundo
a denúncia, mais de R$ 8 milhões foram sonegados.
De acordo com a denúncia, em 2009, na condição de diretor da empresa
Rima Industrial, o parlamentar e outros dois acusados criaram um sistema
para falsificar notas fiscais. Era para não pagar Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e encobrir o transporte e a
compra ilegal de carvão de mata nativa. O caso ficou conhecido como
Máfia do Carvão. Os fatos foram descobertos na Operação SOS Cerrado, da
Polícia Militar e a Secretaria de Fazenda.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, provas
anexadas ao inquérito demostram que Bernardo de Vasconcellos Moreira
praticou o crime 910 vezes. “A peça acusatória descreve detalhadamente o
fato criminoso. Ao acusado não é possível, na qualidade diretor da
empresa, alegar o desconhecimento da pratica criminosa”, afirmou Janot.
O advogado do parlamentar, Bruno Gonçalves, questionou a investigação
do Ministério Público. Segundo a defesa, a denúncia não pode ser
baseada em informações da Secretaria de Fazenda. A defesa também alegou
que as ordens dadas aos empregados eram delegações consideradas normais
em uma empresa. “A investigação foi absurda. O acusado, como advogado da
empresa, acumulava as funções de diretor. Não foi submetido a ato de
investigação.”, argumentou a defesa.
Os ministros seguiram o voto do relator do inquérito, ministro Marco
Aurélio. Ele entendeu que a denúncia apresentada pelo Ministério Público
contem indícios prática do crime de sonegação. Os ministros Luís
Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Dias Toffoli,
Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa acompanham o relator.
Congresso em Foco
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