Apesar do movimento grevista dos bancários em todo o Brasil, as
agências fluminenses aparentavam calma, no início da tarde desta
terça-feira (18). No entanto, alguns funcionários que chegaram para
trabalhar tiveram a entrada bloqueada pelos grevistas.
No coração
financeiro do Rio de Janeiro, no entanto, não havia filas ou tumulto,
mas muitos clientes reclamaram por serem obrigados a realizar suas
transações bancárias no caixa automático.
Com sua Kombi retida em
um depósito do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro
(Detro), o motorista Raimundo Vieira, de 47 anos, veio de Nova Iguaçu,
onde vive, para sacar pouco mais de R$ 2 mil e quitar as pendências de
seu carro. Limitado a pegar R$ 1 mil por dia, ele foi a uma agência do
Bradesco, na Avenida Rio Branco, à toa.
"Enquanto não consigo
retirar o dinheiro, meu carro segue no depósito, que custa mais de R$
100 por dia. E os custos seguem aumentando", lamentou. "Sem falar que a
Kombi é meu meio de trabalho. Tenho um contrato para transportar os
funcionários de uma empresa e temo perder esse cliente".
A
bibliotecária Maria Amélia Costa, de 59 anos, reclamou por ser obrigada a
utilizar o caixa automático, ferramenta com a qual não está
familiarizada.
"Sempre preferi ir até a boca do caixa,
independentemente do tamanho da fila", lembrou. "Como cheguei aqui na
agência e fui obrigada a usar a máquina, preferi ir embora. Não confio
nestes equipamentos".
Os motivos
Entre as
reivindicações, os bancários querem reajuste salarial de 10,25%, aumento
na participação do lucro, adoção de piso salarial de R$ 2.416,38, além
da reestruturação de benefícios.
"Em
2000 os principais bancos lucraram R$ 4 bilhões. Em 2011, este montante
chegou a R$ 54 bilhões. Eles têm uma rentabilidade absurda e se recusam
a nos conceder reajuste, cujo impacto é mínimo em suas contas",
analisou o presidente do Sindicato dos Bancários do Município do Rio de
Janeiro, Almir Aguiar. "Queremos reajustes e melhorias nas seguranças
das agências".
A Federação Nacional do Bancos (Fenaban),
apresentou contraproposta com reajuste de 6% para correção de salário,
pisos, benefícios e participação nos lucros. A oferta foi recusada pelos
bancários.
Alternativas
Para quem quer pagar uma
conta e encontrar a agência fechada a alternativa é tentar buscar outros
canais, como caixa eletrônico, internet, telefone e correspondentes
bancários (como casas lotéricas, alguns hipermercados oferecem o
serviço).
O pagamento de mensalidades pode ser negociado
diretamente com escolas ou operadoras de planos de saúde, por exemplo. O
consumidor deve pedir uma prorrogação do prazo de vencimento ou outra
forma de pagamento, como débito na conta. As empresas são obrigadas a
oferecer outras opções.
O consumidor que não tem o hábito de usar
caixa eletrônico e quiser pagar alguma conta não deve pedir ajuda a
estranhos. Como não haverá funcionário da agência para dar informações,
ele deve levar alguém para ajudar, se necessário.
Polícia Federal
Em
greve há mais de 40 dias, os servidores da Polícia Federal (PF) no Rio
de Janeiro vão intensificar as ações de reivindicações da categoria pelo
estado. O anúncio foi feito hoje (18) pelo presidente do Sindicato dos
Policiais Federais, Telmo Correa. Segundo ele, as próximas atividades a
serem organizadas pela corporação visam promover uma mobilização no
estado, assim como informar à sociedade os motivos da paralisação.
Amanhã
(19) os servidores farão uma manifestação em frente ao Copacabana
Palace, na Zona Sul carioca. Na semana passada os agentes montaram
tendas para arrecadação de alimentos em frente à Superintendência da PF,
na Praça Mauá.
Jornal do Brasil
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