A crise que atinge a Cruz Vermelha no Brasil ganhou tons ainda mais
dramáticos no último mês. Além da descoberta de novas fraudes –
reportagem do jornal Folha de S. Paulo traz novas denúncias de desvios,
desta vez em Santa Catarina –, a primeira funcionária a denunciar
irregularidades na organização e suas filiais recebeu ameaças de morte.
Letícia Del Ciampo, que preside desde fevereiro a Cruz Vermelha em
Petrópolis, na região serrana do Rio, entregou ao Ministério Público um
dossiê em que revela um escandaloso esquema de desvio de doações e
dinheiro público. Fora do estado, Letícia afirmou nesta segunda-feira
ao site de VEJA que por três vezes encontrou bilhetes ameaçadores no
para-brisa de seu carro, depois de ter feito as denúncias. Ela também
recebeu várias ligações anônimas, com intimidações.
“Os bilhetes diziam para eu ficar quieta porque eles sabiam onde eu
estava. Deixaram no carro perto da minha casa e no centro do Rio. Ou
seja, eles estavam me seguindo e queriam que eu soubesse disso. No
telefone, por mais de uma vez, uma voz masculina perguntou se eu não
temia pela minha vida, e que eu deveria temer” contou Letícia. “Em uma
das ligações, o homem me ameaçava dizendo para eu ter cuidado, que eles
conhecem muita gente importante e que eu seria a única prejudicada com
essas denúncias. Chegou a dizer que sabia que meu marido estava
viajando e que eu estava sozinha”, lembrou ela.
Letícia registrou as ameaças na delegacia de Polícia Civil da Barra
da Tijuca (16ª DP). A outra providência que tomou foi a de contratar um
advogado para pedir proteção policial. Os advogados Guilherme Nitzsche
e Rafael Costa estão preparando o pedido, que será levado ao Ministério
Público Federal.
Polêmica PB
Nenhum comentário:
Postar um comentário