Suzano Almeida
suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br
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Os
candidatos ao Palácio do Buriti Rodrigo Rollemberg (PSB) e Agnelo
Queiroz (PT) escolheram a Rodoviária do Plano Piloto para conversar e
pedir votos aos eleitores no mesmo horário, ontem. Candidato à
reeleição, o governador preferiu ficar apenas na plataforma superior,
onde cumprimentou os comerciantes e poucos usuários do transporte
público, enquanto na plataforma inferior os passageiros queixavam-se da
falta de ônibus para o opositor Rollemberg.
Aguardado
para as 16h30, Agnelo desembarcou na plataforma superior às 17h50. Com
meia-hora de diferença na agenda, Rollemberg também se atrasou, chegando
poucos minutos após seu adversário. A expectativa de que se
encontrassem não se concretizou, já que a coordenação de campanha de
Agnelo preferiu não ir até a área de embarque.
Diferente da vida real
“Eu duvidava que o governador fosse capaz de fazer o que estou
fazendo, que é conversar com as pessoas que estão aqui nas filas de
ônibus. Tem gente que está há três horas na fila esperando um ônibus
para ir para o Setor O, em Ceilândia, e até agora não tem carro. A vida
real das pessoas está aí para qualquer um ver, por isso é que o
governador não pode descer aqui e conversar com a população em uma fila
como eu posso conversar”, disparou Rollemberg, que entregava panfletos
às pessoas que estavam na fila na companhia do ex-governador Rogério
Rosso (PSD).
Agnelo Queiroz rebateu as críticas constantes nos últimos dias, por
conta da superlotação e o atraso dos ônibus articulados do Expresso DF
Sul, que faz a linha que atende os moradores de Santa Maria e Gama.
“Nós fizemos uma mudança radical no transporte público. É o início de
uma política geral, introduzindo primeiro o corredor exclusivo,
Expresso DF Sul. Estamos fazendo a parte de integração. É absolutamente
normal fazer mudança do sistema como essa e serem necessários ajustes.
Vamos melhorar em cem por cento para atender o nosso povo, por isso peço
mais quatro anos”, declarou o governador.
Arruda pede que impugnação seja rejeitada
Em contestação encaminhada no início da tarde de ontem ao Tribunal
Regional Eleitoral de Brasília (TRE-DF), a defesa de José Roberto
Arruda, candidato pelo PR a um novo mandato ao governo do Distrito
Federal, pediu a rejeição do pedido de impugnação de seu registro
apresentado pelo Ministério Público Eleitoral com base na Lei da Ficha
Limpa. Os promotores afirmam que Arruda se tornou ficha-suja após ter
sido condenado em decisão colegiada pelo Tribunal de Justiça do DF no
último dia 9, por envolvimento na Caixa de Pandora.
Nas 22 páginas da contestação, o advogado Francisco Emerenciano,
defensor de Arruda, alegou inicialmente que uma decisão do TJDF não gera
automaticamente uma inelegibilidade.
Ele argumentou também que o entendimento consolidado há mais de 10
anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de que não se pode tentar
barrar uma candidatura com fatos ocorridos após o prazo final para o seu
respectivo registro, como no caso do candidato ao PR.
O advogado Francisco Emerenciano disse ter feito uma pesquisa durante
dois meses e, em 500 processos, não encontrou um só no qual a Justiça
Eleitoral cassou a candidatura por um fato ocorrido após o prazo de
registro.
Promessa: mais controle
Mesmo não indo até a plataforma inferior, onde usuários aguardavam a
partida dos ônibus, Agnelo ouviu queixas de passantes. Houve até troca
de insultos entre eles e militantes do PT enquanto o governador deixava
a Rodoviária.
A publicitária Tatiane Rodrigues, 31 anos, que tentou ser ouvida pelo
governador, afirmou que apenas ontem, com a presença de Agnelo na
Rodoviária, é que os horários estavam sendo cumpridos pelas empresas.
“Todos os dias os ônibus demoram e vão lotados. É tanto empurra-empurra
que adultos e até crianças se machucam. Se você vier aqui às 18h é um
inferno”, disse Tatiane.
O governador declarou que os problemas com o Expresso DF Sul são de
responsabilidade das empresas que venceram a licitação. “As empresas que
têm que fazer a integração. Elas ganharam a licitação e foram
contratadas para isso: trabalhar e servir o nosso povo. Disso não
abrimos mão um milímetro e tomaremos todas as medidas para garantir o
funcionamento pleno”, afirmou o candidato à reeleição.
Agnelo disse que, se reeleito, entregará um centro de monitoramento e
controle de ônibus, construirá novos pontos de ônibus, melhorará
terminais rodoviários e fará a ampliação do Metrô para a Asa Norte e
Setor O.
Saiba mais
Para a defesa, a alteração do entendimento, como quer o Ministério
Público, pode abalar as expectativas dos candidatos em relação à Justiça
Eleitoral.
O defensor citou ainda o fato de que, dos 1.850 registros de
candidatura impugnados pelo MP, 367 se baseiam na Lei da Ficha Limpa.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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