Prováveis rivais em 2014 no campo da oposição, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) se encontrarão
reservadamente pela primeira vez desde a aliança do pernambucano com
Marina Silva. O propósito é combinar o jogo pré-eleitoral.
Aécio Neves e Eduardo Campos também tratarão de uma possível parceria em Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Espírito Santos e Pernambuco. Enquanto Aécio quer o apoio do PSB na disputa pelo governo mineiro, Campos busca garantias de que o PSDB não lançará um nome competitivo contra seu candidato em Pernambuco.
Ambos conversaram por telefone na semana passada e decidiram marcar um jantar. Ainda não há data para o encontro, que pode ocorrer ainda nesta semana, dependendo da agenda dos dois. As conversas entre PSB e PSDB eram mais estreitas antes de outubro. Até então, nem mesmo a participação de Campos no governo Dilma inibia encontros entre ambos.
As reuniões eram frequentes até a relação mudar no último 5 de outubro, data que o governador de Pernambuco selou a surpreendente aliança com Marina. O fato deu notoriedade a Campos, ainda desconhecido nacionalmente, permitindo-lhe pegar carona no alto conhecimento da ex-senadora, terceira colocada na disputa pelo Planalto em 2010.
Com a aliança, interlocutores do governador passaram a dizer que o pernambucano reúne mais condições de derrotar Dilma do que o tucano. Na avaliação de auxiliares, enquanto estava sozinho, o governador dependia mais do PSDB para negociar palanques duplos nos Estados, aproveitando a força partidária que o PSB não tem.
Entretanto, ao ter a popularidade de Marina a seu lado, ele pode discutir os acertos locais em condições menos desfavoráveis. A conversa atual, portanto, tem conotação diferente das anteriores. No passado, havia articulação para os dois seguirem juntos em dez Estados. Agora, as negociações devem focar, primeiro, em Pernambuco e Minas.
No primeiro caso, Campos tenta evitar que o tucano Daniel Coelho, deputado estadual e adversário forte por lá nas eleições municipais de 2012, concorra contra seu candidato a governador. Já Aécio deseja o apoio do PSB a seu candidato em Minas.
ELEIÇÃO PRESIDENCIAL: Campos e Aécio sabem que precisarão disputar uma vaga no segundo turno e que a combinação entre os dois termina no momento em que um tiver mais chances de tirar o outro da disputa.
Mas, por ora, um jogo minimamente ensaiado convém justamente para provocar o segundo turno contra Dilma. No encontro, o governador e o senador irão renovar o pacto de não agressão firmado antes da adesão de Marina e calibrar o discurso de oposição ao governo petista.
Depois de Minas e Pernambuco, os dois ambicionam tratar de palanques no Piauí, na Paraíba e no Espírito Santo, com o PSB apoiando o PSDB nos dois primeiros casos e o inverso no último.
Em São Paulo o acerto é mais difícil --o PSB pode seguir na vice de Geraldo Alckmin (PSDB), hipótese considerada ruim por aecistas, temerosos de ver o maior colégio eleitoral do país dividido e o eleitor tucano confuso sobre quem, se o pernambucano ou o mineiro, seria o real candidato do governador paulista, candidato à reeleição.
Aécio Neves e Eduardo Campos também tratarão de uma possível parceria em Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Espírito Santos e Pernambuco. Enquanto Aécio quer o apoio do PSB na disputa pelo governo mineiro, Campos busca garantias de que o PSDB não lançará um nome competitivo contra seu candidato em Pernambuco.
Ambos conversaram por telefone na semana passada e decidiram marcar um jantar. Ainda não há data para o encontro, que pode ocorrer ainda nesta semana, dependendo da agenda dos dois. As conversas entre PSB e PSDB eram mais estreitas antes de outubro. Até então, nem mesmo a participação de Campos no governo Dilma inibia encontros entre ambos.
As reuniões eram frequentes até a relação mudar no último 5 de outubro, data que o governador de Pernambuco selou a surpreendente aliança com Marina. O fato deu notoriedade a Campos, ainda desconhecido nacionalmente, permitindo-lhe pegar carona no alto conhecimento da ex-senadora, terceira colocada na disputa pelo Planalto em 2010.
Com a aliança, interlocutores do governador passaram a dizer que o pernambucano reúne mais condições de derrotar Dilma do que o tucano. Na avaliação de auxiliares, enquanto estava sozinho, o governador dependia mais do PSDB para negociar palanques duplos nos Estados, aproveitando a força partidária que o PSB não tem.
Entretanto, ao ter a popularidade de Marina a seu lado, ele pode discutir os acertos locais em condições menos desfavoráveis. A conversa atual, portanto, tem conotação diferente das anteriores. No passado, havia articulação para os dois seguirem juntos em dez Estados. Agora, as negociações devem focar, primeiro, em Pernambuco e Minas.
No primeiro caso, Campos tenta evitar que o tucano Daniel Coelho, deputado estadual e adversário forte por lá nas eleições municipais de 2012, concorra contra seu candidato a governador. Já Aécio deseja o apoio do PSB a seu candidato em Minas.
ELEIÇÃO PRESIDENCIAL: Campos e Aécio sabem que precisarão disputar uma vaga no segundo turno e que a combinação entre os dois termina no momento em que um tiver mais chances de tirar o outro da disputa.
Mas, por ora, um jogo minimamente ensaiado convém justamente para provocar o segundo turno contra Dilma. No encontro, o governador e o senador irão renovar o pacto de não agressão firmado antes da adesão de Marina e calibrar o discurso de oposição ao governo petista.
Depois de Minas e Pernambuco, os dois ambicionam tratar de palanques no Piauí, na Paraíba e no Espírito Santo, com o PSB apoiando o PSDB nos dois primeiros casos e o inverso no último.
Em São Paulo o acerto é mais difícil --o PSB pode seguir na vice de Geraldo Alckmin (PSDB), hipótese considerada ruim por aecistas, temerosos de ver o maior colégio eleitoral do país dividido e o eleitor tucano confuso sobre quem, se o pernambucano ou o mineiro, seria o real candidato do governador paulista, candidato à reeleição.
Fonte: Folha de Sao Paulo
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