Computação em nuvem, mobilidade,
informação ou big data e social. De alguma forma você tem ouvido falar
muito desses temas nos últimos anos. O que faz até soar estranho o fato
de os quatro serem citados como as principais forças tecnológicas que
ditarão mudanças nos negócios. A diferença entre o que tem sido dito e o
que o Gartner quer propagar, entretanto, está na interdependência
dessas frentes. As mudanças nos negócios – cada vez mais inseridos na
economia da informação – ocorrerão na medida em que as estratégias de
tecnologia estiverem desenhadas de forma que esses pontos sejam
contemplados e trabalhados de maneira conjunta.
A avaliação é de Peter Sondergaard, vice-presidente e líder global de
pesquisa do Gartner. O executivo, que apresentou tal previsão em
recente evento realizado nos Estados Unidos, falou sobre o assunto
durante o Gartner Symposium/IT Expo 2012, em São Paulo. Para uma plateia
de mais de mil pessoas, formada em boa parte por executivos de TI, o
especialista frisou que as coisas, na verdade, já acontecem e muitas
vezes à revelia da área de tecnologia da informação. Basta observar o
crescimento constante na compra de tecnologia por outros departamentos.
“Cloud, social, mobile e informação são as quatro forças que causarão
impactos nas organizações e isso acontece por pressão dos consumidores e
trazem desafios até para os fornecedores”, pontua.
O mercado, como lembra o VP, vive um ponto de inflexão. E isso não se
aplica apenas ao departamento de TI. As empresas, de alguma forma,
buscam encontrar um espaço nesse momento onde o consumidor se torna rei e
exerce uma influência cada vez maior em desenvolvimento de produtos ou
na percepção da marca. No caso da indústria de TI, as barreiras também
existem. “Você vê HP, Microsoft e Cisco estão sendo desafiados pelas
quatro forças. Cloud pressiona as margens, mobilidades pede simplicidade
e colaboração no modelo de processo do software.”
Cloud computing
Como informou Sondergaard, 80% dos negócios usam software como
serviço (SaaS, da sigla em inglês). A fragmentação da tecnologia está
acontecendo, embora a TI não acredite na nuvem pública e continue
usando, em grande parte, software no modelo tradicional de compra. “A
nuvem acontece com ou sem suporte da TI”, adverte o especialista.
Citando uma frase do ex-premiê britânico Winston Churchill, Sondergaard
afirmou que a nuvem “não é o fim, não o começo, mas, talvez, é o fim do
começo”.
Mobilidade
Até 2016, de acordo com levantamento do Gartner, 40% da força de
trabalho será móvel. Diante do fato, Sondergaard entende que as empresas
precisam desenvolver seu negócio ao redor da mobilidade, onde estarão
clientes e funcionários. “Mobilidade é a computação momentânea e isso
pede uma experiência adequada. É tornar os funcionários mais produtivos.
Mobilidade muda aplicações e a forma como elas são entregues. Mais de
300 bilhões de downloads de aplicativos móveis ocorrerão anualmente até
2016”, calcula.
O especialista afirma ainda que os tablets continuarão com forte
presença no ambiente corporativo. O iPad por exemplo, projeta o VP, será
mais popular nas empresas que o BlackBerry. Até 2018, a consultoria
prevê que 70% da força de vendas das corporações usará tablets ou
dispositivos híbriods. Além disso, eles entendem que, até o final da
década, 50% dos dispositivos serão comprados pelos próprios
funcionários, reforçando o movimento de traga seu próprio device (BYOD,
da sigla em inglês).
Social
A pressão pela computação social vem de fora das organizações e está
ligada ao fenômeno das redes sociais. Para o Gartner, ela muda a forma
de gerenciar as empresas e o jeito com que as pessoas agem. “Até 2016,
dez organizações gastarão, cada uma, US$ 1 bilhão em mídia social. 30%
dos posts nessas redes serão automáticos até o meio da década. As
capacidades sociais virão embarcadas nas aplicações corporativas ou
disponíveis para os desenvolvedores. Essas redes quebraram barreiras e
social computing se tornará ainda mais importante”, explica, ao dizer
que o movimento traz uma especialização da colaboração.
Informação ou Big Data
Na sociedade e economia da informação, as empresas têm uma grande
oportunidade para transformar o negócio e acelerar a tomada de decisão.
E, para isso, é necessário investimento em tecnologia. “Big Data é olhar
para frente”, aponta Sondergaard. “É preciso fazer uso de dados
híbridos, uma combinação de dados estruturados e não estruturados. E os
dados escuros, que são coletados, mas não usados. As organizações serão
diferenciadas por suas capacidades de analisar e fazer boas previsões,
se antecipando aos acontecimentos.”
InformationWeek
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