por Ullisses Campbell
A partir desta terça (19), começa a propaganda eleitoral gratuita na
TV. O programa, que proporciona aos eleitores a possibilidade de
conhecer melhor as propostas de cada um dos candidatos, expõe de maneira
implacável — ainda mais em época de aparelhos de alta definição — a
imagem dos políticos que querem o seu voto. Projetar vigor físico diante
de milhões de telespectadores é requisito básico na cartilha dos
concorrentes e dos respectivos marqueteiros. Para isso, os primeiros se
submetem a uma verdadeira funilaria visual, que vai do corte de cabelo
ao tratamento de pele com Botox, a toxina que puxa, estica e remoça.
A recauchutagem não fica só no campo da estética. O guarda-roupa, o tom
de voz e a linguagem corporal são estudados minuciosamente.
Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda em fotos jornalísticas
e em imagens que compõem o material de campanha: cadê as rugas,
papadas, olheiras, manchas e os dentes amarelados? (Fotos: Roberto
Castro / Reprodução)
Os famosos “santinhos”, panfletos de divulgação, aparecem como o melhor exemplo do extreme makeover.
Nas quatro imagens acima pode-se constatar a transformação realizada
com o uso da tecnologia nas fotos de Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto
Arruda (PR), os líderes em intenções de voto na corrida ao governo do
Distrito Federal. Na foto à esquerda de cada candidato, percebe-se a
marcação implacável das câmeras jornalísticas, que revelam rugas,
manchas na pele e dentes amarelados, sinais comuns da idade. Nas imagens
tratadas, eles exibem rosto liso como bumbum de bebê e pele dourada
como a do estilista italiano Giorgio Armani.
A reportagem levou fotos e vídeos — antigos e novos —
dos dois principais postulantes ao Palácio do Buriti a dez especialistas
em estética e imagem pessoal. Além de identificarem os recursos
empregados pelos dois políticos, esses profissionais apontaram erros,
acertos e estratégias que poderiam ser adotadas por ambos nessa disputa
de aparências.
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