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Sêneca

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Alckmin vai a Brasília novamente pedir punição maior a menores de idade

Gabriela Korossy/Câmara
 
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Ao lado de Carlos Sampaio (e), governador afirmou ser necessário combater a impunidade

Brasília – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deslocou-se hoje (5) a Brasília para reforçar a parlamentares seu desejo de ver aprovadas mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O candidato tucano à reeleição se reuniu, no início da tarde, com o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para pedir celeridade na votação do Projeto de Lei 5454, de 2013, que aumenta o período de internação de adolescentes infratores para oito anos, quando forem acusados de cometer crimes hediondos (hoje, o prazo é de três anos).

O governador foi à reunião acompanhado do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), relator do texto e autor de parecer favorável à iniciativa de Alckmin. O motivo que levou Alckmin a ir até a Câmara dar apoio ao projeto e interceder junto ao presidente da Casa é objeto de divergências na comissão especial que analisa a matéria e o grupo de deputados favorável a mudanças no ECA. O último grupo defende, com o coro do governador paulista, a ida da matéria direto para o plenário da Casa.


No ano passado, foi encaminhado ao Congresso um texto elaborado pelo próprio Geraldo Alckmin, que à época fez corpo a corpo na capital, e apresentado pela deputada Andreia Zito (PSDB-RJ) sobre o tema – apensado ao texto hoje em tramitação. Na prática, conforme explicou o tucano, são três os itens tidos como importantes incluídos na proposta. Primeiro, que os menores infratores fiquem em unidades de internação de adolescentes até os 21 anos de idade (hoje, permanecem até os 18 anos).

Depois, a matéria propõe que, quando completarem 18 anos, os menores infratores sejam transferidos para alas específicas com outros internos da mesma idade, de forma a evitar o convívio com os mais novos. Por fim, pede que seja ampliada a pena estabelecida aos maiores de 18 anos que usam menores de idade para a prática de crimes, muitas vezes como bodes expiatórios, já que são protegidos pelo estatuto.

O governador afirmou que é preciso dar um basta à "cultura da impunidade". Segundo ele, o ECA, da forma como está atualmente, não permite a resolução dos casos mais graves de violência observados no país, inclusive os de crimes cometidos por menores reincidentes. “A cultura da impunidade deseduca. Quando não há limite, se deseduca em vez de educar”, enfatizou.

O deputado Carlos Sampaio, por sua vez, acrescentou que é favorável à redução da maioridade penal, mas como sabe que o tema ainda vai suscitar longo período de debates, considera mais viável votar, antes, as alterações propostas para o estatuto. “Essa matéria é a que tem mais chance de avançar no momento. O que estamos propondo é uma alternativa para a população, ampliando o período de internação para que esses jovens se sintam impedidos de praticar crimes graves”, enfatizou.

Atualmente, a comissão especial que analisa as mudanças ao Estatuto da Criança e do Adolescente tem 19 projetos agrupados. O ECA determina a liberação dos menores das unidades de internação a partir dos 21 anos, independentemente do crime que tenham cometido.  Se for aprovada na Câmara, a matéria ainda seguirá para tramitação no Senado.


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