A falta de milho na Paraíba afeta pequenos e grandes criadores do estado. A espera pela entrega do grão chega há quatro meses.
No município de Taperoá, no sertão da Paraíba, predomina a criação de
gado, caprinos e ovinos. A tradicional fazenda Carnaúba está sob os
cuidados da nona geração. O criador Manelito Dantas considerada a
fazenda modelo por conta das medidas que adota em relação ao clima da
região. Mas a propriedade não conseguiu se livrar dos efeitos da
estiagem. O capim não brotou e a silagem acabou há dois meses.
O criador Daniel Dantas, filho de Manelito Dantas que administra a
propriedade, ainda não conseguiu comprar o milho da CONAB, que é vendido
por um preço menor. “Estou há três meses na fila e o pessoal fica
protelando. Mandaram eu ligar no mês de dezembro. Vai completar quatro
meses que estou na fila”, diz.
Sem o milho do governo e sem reserva de alimento para o gado, a fazenda
tem que adquirir o bagaço de cana das usinas do litoral do estado. O
bagaço chega à propriedade seco e cru. Para que o animal consiga digerir
melhor o alimento, o bagaço deve ser tratado com água e cal. O maior
problema está em encontrar a matéria prima e no valor do frete pago.
O pequeno criador Luiz Paiva reclama da falta de milho da CONAB. Ele
diz que já perdeu 20 das 30 cabeças de gado que tinha na propriedade.
Todo mês, vende uma parte dos caprinos para alimentar os que ficam.
O governo da Paraíba está financiado a venda de ração para ajudar na
alimentação dos rebanhos durante a seca. A torta de algodão, o farelo de
soja e a silagem de milho e sorgo são comercializados pela metade do
preço pela Empresa Estadual de Abastecimento e Serviços Agrícolas
(Empasa). Quatro mil produtores já foram beneficiados.
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