O jornal Folha de S. Paulo publicou na tarde deste domingo,
15, uma entrevista em que a peessedebista Marina Silva diz que a Rede
poderá não se aliar ao PSB em todos os estados brasileiros. Segundo ela,
a aliança não é verticalizada e as lideranças de cada estado terão a
liberdade de firmar convênios com outras agremiações.
Leia aqui a matéria na íntegra:
A ex-ministra Marina Silva afirmou neste domingo (15) que a
aliança da Rede com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
“não é verticalizada” e admitiu que os dois partidos podem não estar
juntos em alianças nos Estados nas eleições de 2014.
Questionada em entrevista coletiva sobre as divergências entre a
Rede e o PSB nos Estados, ela afirmou que não há obrigação de se repetir
a lógica nacional –pela qual a Rede se uniu ao PSB para apoiar a
candidatura presidencial de Campos.
“A nossa aliança não é verticalizada, não estabelece para a
lógica dos Estados a mesma lógica que temos no plano federal”, disse
Marina.
E citou um exemplo: “Em alguns casos, como do Paraná, a Rede está
apoiando a candidatura do PV, da deputada Rosane [Ferreira], e o PSB
está mantendo o mesmo processo de discussão que já estava com o PSDB”.
Outro problema é em São Paulo, onde a Rede rejeita o apoio à
reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que é defendido por
setores do PSB que querem aproveitar o palanque de Alckmin para Campos.
Segundo Marina, a estratégia é discutir primeiro o conteúdo
programático da candidatura nacional para que isso ajude na composição
das alianças regionais. “O conteúdo não pode ser incoerente com a
forma”, afirmou.
Campos reconheceu as dificuldades. “Problemas nos Estados o nosso
partido dentro dele próprio já tem, imagina quando a gente soma os
dois”, brincou.
O pernambucano fez referência, sem citar diretamente, às
dificuldades que o PT também enfrenta para manter alianças regionais.
“Ora, há 90 dias [antes de se juntar à Rede] estávamos em uma linha,
fizemos outra e hoje a gente tem muito menos [problema] do que eles que
vivem juntos a todo tempo”, disse.
Campos diz que hoje há 20 Estados “com caminho muito tranquilo
entre a militância da Rede e o PSB” e que, nos Estados onde os dois
partidos tiverem alianças diferentes, vão se juntar “à coligação que vai
ter mais coerência de cima abaixo”.
Ambos participaram neste domingo do primeiro seminário
programático da Rede, realizado em Brasília e que também teve a presença
de integrantes do PSB.
Em discurso, Campos afirmou que “não precisamos ficar dando explicação um ao outro sobre posição que tomamos”.
Em outubro, após ter o registro partidário negado pela Justiça
Eleitoral, a Rede decidiu se filiar ao PSB e apoiar Campos em 2014. A
aliança, porém, afastou representantes do agronegócio com os quais o PSB
estava dialogando e forçou a rediscussão de alianças nos Estados.
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