Do G1, em Brasília
Avião com Paulo Roberto Costa pousou na capital por volta das 11h40. Ele tem depoimento marcado para o início da tarde na CPI.
O
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa desembarca no hangar da PF
em Brasília para depor no Congresso (Foto: Paulo Melo / G1)
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa chegou a Brasília por
volta das 11h40 desta quarta-feira (17). Ele desembarcou no hangar da
Polícia Federal. O ex-diretor vai prestar depoimento na Comissão
Parlamentar Inquérito (CPI) que investiga denúncias de corrupção na
estatal.
A operação de deslocamento de Costa, que está preso no Paraná, começou
às 8h, quando ele saiu da sede paranaense da Polícia Federal. A
corporação, por motivos de segurança, não divulga detalhes da operação.
Sabe-se que Costa viajou escoltado por policiais federais, que vão
acompanhá-lo até o Senado.
O depoimento na CPI está marcado para o início da tarde.Esta será a
segunda vez que o ex-diretor vai depor aos parlamentares. Em junho, ele
esteve no Senado, para depor em outra investigação parlamentar, essa
conduzida apenas pelo Senado. Na ocasião, ele rechaçou as acusações de
que uma "organização criminosa" teria se infiltrado na estatal do
petróleo e que a empresa teria se tornado uma "casa de negócios".
Costa foi preso na Operação Lava Jato, da PF, que investiga suposto
esquema de lavagem de dinheiro em todo o país. Segundo a polícia, ele é
suspeito de intermediar contratos na Petrobras com empresas de fachada.
O ex-diretor fez acordo de delação premiada para revelar detalhes do
suposto esquema em troca de abrandamento de uma eventual pena.
Os parlamentares que conduzem a CPI da Petrobras acreditam que o
depoimento desta tarde será feito apenas aos deputados e senadores, que
se comprometeram a não vazar as informações para a imprensa.
O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), deverá
iniciar a sessão de forma aberta. A expectativa, porém, é que Costa
lance mão do seu direito constitucional de ficar em silêncio para não
produzir provas contra si. Neste caso, os parlamentares deverão
solicitar que a sessão seja secreta, a fim de estimular o delator a dar
informações.
Delação premiada
A direção da CPI mista decidiu marcar o depoimento de Paulo Roberto Costa para esta quarta-feira depois que vieram à tona alguns detalhes do depoimento que o ex-diretor prestou ao Ministério Público Federal em um acordo de delação premiada. Na tentativa de reduzir sua pena, Costa denunciou como funcionava o esquema de corrupção na Petrobras.
A direção da CPI mista decidiu marcar o depoimento de Paulo Roberto Costa para esta quarta-feira depois que vieram à tona alguns detalhes do depoimento que o ex-diretor prestou ao Ministério Público Federal em um acordo de delação premiada. Na tentativa de reduzir sua pena, Costa denunciou como funcionava o esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo reportagem da revista "Veja", durante seus depoimentos aos
procuradores da República, o ex-dirigente teria delatado que três
governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados
federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de
contratos com fornecedores da estatal.
De acordo com a publicação, Costa citou, entre outros políticos, os
nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores
Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero
Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e
João Pizzolatti (PP-SC). Todos negaram envolvimento no esquema de
corrupção.
A reportagem de "Veja" não detalha o papel que cada um dos políticos
mencionados por Costa teve na suposta fraude e não apresenta documentos.
O texto diz que, pelo acordo firmado com o Ministério Público Federal, o
ex-dirigente da petroleira teria se comprometido a detalhar o
envolvimento de cada um dos políticos no esquema.
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