Cinco Centros de Formação de Condutores em
João Pessoa e Campina Grande são suspeitos de falsificação e estelionato
e poderão ter suas licenças de funcionamento cassadas. Os crimes foram
detectados pelo Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB)
que, na manhã de ontem, deflagrou a operação 'Instrução Real' em
conjunto com o Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE)
cumprindo oito mandados de busca e apreensão.
Na operação foram apreendidos computadores, notebooks, discos
rígidos, pen drives e documentações de instrutores das autoescolas
Rainha da Paz, Livramento, Sinal Verde e Santo André, sendo em duas
unidades de cada autoescola. Tendo em vista as apreensões, todos os
serviços desses Centros de Formação de Condutores estão paralisados.
De acordo com o delegado que está à frente da operação, o corregedor
do Detran-PB Valberto Lira Júnior, as investigações tiveram início por
volta do mês de junho desse ano após denúncias de alunos de Centros de
Formação de Condutores localizados em João Pessoa e em Campina Grande.
Eles teriam tido suas aulas nas autoescolas, porém, ao chegarem no
Detran para marcar suas provas teóricas e práticas, percebiam que seu
processo estava travado.
“Alguns alunos procuraram o Detran denunciando esse bloqueio no
acesso, que os estava impedindo de realizar os testes, então fomos
averiguar e vimos que alguns deles estavam com o mesmo instrutor em dois
ou três locais diferentes. Em um dos casos, por exemplo, um instrutor
deu início a um processo em Campina Grande às 8h20 e às 8h34 ele iniciou
outro processo em Campina Grande. Daí demos início às investigações”,
explicou.
Conforme o corregedor do Detran-PB, as fraudes foram inicialmente
detectadas no sistema de biometria, que possui os cadastros de todos os
instrutores presentes nas autoescolas do Estado – aproximadamente 800
pessoas. Somente acessando esse sistema os professores podem iniciar e
concluir as suas aulas. “Além do sistema de biometria, nós percebemos
também algumas fraudes no Banco de Imagens que é disponibilizado ao
Detran. Pessoas se passavam por outras e, inclusive, tivemos um caso de
uma funcionária que possuía registro em nome de três pessoas. Duas delas
eram homens e a outra era uma senhora de 80 anos”, relatou.
Ainda de acordo com o corregedor do Detran-PB, em agosto deste ano
foi realizado um recadastramento de todos os instrutores do Estado e
dois dias após o recadastro 22 fraudes foram detectadas. “Não sabemos
precisar o número de funcionários envolvidos nem o número de processos
que poderão ser prejudicados com essas fraudes, porém constatamos o
total de 3500 casos que chamamos de conflitos de informações dentro do
sistema”, comentou.
Caso o aluno tenha sido vítima desse tipo de fraude, ele poderá ter
seu processo cancelado e deverá reiniciá-lo, o que poderá acarretar
diversos prejuízos, segundo Valberto Lira Júnior. “Ele pode ter que
começar o processo do início e, se ele perder o prazo final, poderá ter
que se inscrever e pagar todas as taxas novamente”, disse,
complementando que ainda não se sabe, mas ainda será investigada uma
possível participação dos alunos nesse processo fraudulento. “Não temos
certeza, mas sabemos que tem casos de alunos que querem terminar sem ter
tido suas aulas e isso também será investigado”, assegurou.
Um inquérito foi instaurado pelo Detran para apurar as
irregularidades e, ainda, pela Polícia Civil, para verificar os crimes
cometidos. Conforme o delegado titular do GOE, Thiago Sandes, ainda não
se pode precisar os envolvidos nas fraudes. “Ainda não sabemos quem será
responsabilizado, mas, assim como o Detran, prosseguimentos com um
inquérito criminal para averiguar os possíveis envolvidos nos crimes.
Mas, de antemão, eles serão investigados pelo crime de estelionato.
Com JP
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