No Sertão do Estado o Numol de
Patos, único da região, atende ao maior número de municípios (84) entre
as quatro unidades de medicina legal do estado. As grandes distâncias
aumentam o tempo de demora no atendimento, com corpos esperando por até
mais de três horas a chegada do rabecão, veículo responsável pela
retirada dos cadáveres.
Em
Cajazeiras foram registrados casos de cadáveres expostos em via pública
por mais seis horas, devido à demora da chegada da perícia que vinha de
Patos. Esse foi o tempo em que o corpo do empresário Francisco Augusto
de Oliveira, de 55 anos, demorou para ser recolhido no posto de
combustíveis onde a vítima foi morta a tiros durante um assalto em
outubro do ano passado.
Na
época, um dos peritos de peritos de Patos justificou a demora alegando
problemas na viatura e falta de profissionais. “É muito difícil, pois,
somos apenas uma equipe com auxiliar técnico e perito para dar conta de
todas as ocorrências. Temos uma única viatura que este mês estava
danificada”, relatou o perito Tony Fabiano.
Mas
segundo o diretor-geral do IPC, a espera não ultrapassa a período de
três horas. “Não houve espera de seis horas. O que há que é o tempo de
deslocamento da equipe. Temos rabecão em Cajazeiras, mas como os peritos
vem de Patos o cadáver só poderia ser removido após a perícia criminal,
por se tratar de uma morte violenta” explicou Humberto Pontes.
Para
desafogar o Numol de Patos, o Instituto de Polícia Científica (IPC) vai
instalar uma equipe de perícia em Cajazeiras a partir de fevereiro, com
um perito criminal, um técnico em perícia e um rabecão. Eles vão
atender ocorrências em 14 cidades da região, fazendo a perícia nos
locais de crime e efetuando o recolhimento e transporte de cadáveres
para o Numol de Patos. “É uma medida que reduz o tempo de espera do
corpo exposto, que hoje é de até três horas”, afirma Humberto Pontes,
diretor-geral do IPC.
Para
atender a demanda de todo o estado, o IPC dispõe atualmente de 13
rabecões, como são popularmente chamados os carros que fazem o
transporte de cadáveres. São quatro no Gemol de João Pessoa e dois no
Numol de Campina Grande, enquanto os núcleos de Patos e Guarabira
dispõem de apenas um carro cada. Os demais veículos ficam nas delegacias
regionais das cidades de Itaporanga, Catolé do Rocha, Monteiro e Picuí.
O governo realizou no final do ano passado uma licitação para comprar
mais cinco rabecões.
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