Como a inadimplência média se manteve estável de 2012 para 2013 e
houve uma melhora no perfil das dívidas, o crescimento do endividamento
não pode ser considerado negativo, segundo Marianne Hanson, economista
da CNC. "O número de contas em atraso ficou estável e as famílias estão
mais otimistas em relação à sua capacidade de pagar as contas em
atraso", disse.
O número médio de famílias com contas em atraso em 2013 ficou em
3,043 milhões, alta de apenas 0,1%. Segundo o estudo da CNC, 21,2% da
média total de famílias entrevistas ano passado declarou ter alguma
conta em atraso. Mas o número médio de famílias que declararam não ter
condições de pagar as contas atrasadas recuou 1,6%.
Sobre o perfil das dívidas, prazo médio maior, menor comprometimento
da renda e mudanças na composição dos tipos de endividamento apontam
para um cenário melhor nos últimos anos, ressaltou Marianne.
De 2012 para 2013, o prazo médio das dívidas passou de 6,53 meses
para 6,74 meses, enquanto a parcela média da renda comprometida com
dívidas caiu de 30,0% para 29,4%. Segundo a economista da CNC, a
ampliação dos prazos permitiu a queda no comprometimento da renda,
apesar da elevação do custo das dívidas com os aumentos de juros.
"Embora, nos últimos meses, já tenhamos visto aumento do
comprometimento", ponderou Marianne.
Na composição dos tipos de dívida, a economista chama atenção para o
crescimento do crédito imobiliário e para a compra de veículos. O
financiamento de casa foi citado como dívida por 6,1% das famílias em
2013. Em 2012, estava em 4,5% e, em 2010, ficou em apenas 3,2%.
O principal tipo de dívida foi o cartão de crédito, citado por 75,2% das famílias na média de 2013 (ante 73,6% em 2012).
Segundo Marianne, esse avanço tem a ver com o maior acesso da
população a serviços bancários (em 2010, 70,9% das famílias declaravam
ter esse tipo de dívida). A pesquisa não mede se a família está no
crédito rotativo - mesmo quem paga a fatura do cartão em dia pode ser
considerada endividada.
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