A
Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), através de ofício encaminhado pelo
presidente da Frente Parlamentar da Seca, deputado Assis Quintans, sugeriu ao
Exército Brasileiro que a corporação assuma as obras da transposição do rio São
Francisco. De acordo com o documento, os únicos trechos do projeto que foram
concluídos ou estão em fase de conclusão estão sob a responsabilidade dos
militares.
A
solicitação integra as ações adotadas pelo Poder Legislativo, sob a orientação
do presidente Ricardo Marcelo, que pretende agilizar a conclusão da obra,
sobretudo no Eixo Leste, onde a carência de água de beber é maior. “Os fatores
que agravam a situação, tais como baixa umidade relativa do ar (20%) e
desertificação fruto das adversidades climáticas, requerem estratégias que
visem, pelo menos a médio e longo prazo, criar condições de vida para a
população e o rebanho, este em vias de dizimação”, descreve.
Dentro
das atividades iniciadas no segundo semestre deste ano pela Assembleia para
procurar minimizar os efeitos da estiagem no Estado, os deputados participarão,
na próxima semana, da Caravana da Seca. Eles vão percorrer cerca de 2 mil
quilômetros com o objetivo de verificar a situação de calamidade enfrentada
pela população paraibana e cobrar soluções urgentes das autoridades para o
problema.
A
caravana será realizada no período de terça-feira (4) a sexta-feira (7) em
diversas regiões do Estado.
Ainda
na próxima semana, antes mesmo do final da caravana, o deputado Assis Quintans
(DEM) vai a Brasília apresentar a ministros, deputados federais, senadores e,
se possível, à presidente da República as primeiras impressões da incursão.
Para
a elaboração de um relatório minucioso, serão ouvidos pequenos agricultores,
agropecuaristas, líderes comunitários e lideranças políticas regionais. “O
problema é grave e as ações têm de ser urgentes, uma vez que a população não
pode mais esperar”, frisou o deputado Assis Quintans, presidente da Frente.
Ele
destacou que a orientação da Mesa Diretora da ALPB é que a partir da caravana,
seja feito o documentário e um relatório bem fundamentado para cobrar das
autoridades e da classe política nacional e estadual providências urgentes para
a situação de calamidade da população e do rebanho no semiárido.
A
obra do projeto da transposição de águas do rio São Francisco começou em 2007 e
foi orçada em R$ 4,5 bilhões. Hoje ela custa R$ 8,2 bilhões. A previsão para
conclusão era 2012, mas atualmente o governo federal já fala que a obra será
finalizada em 2015.
No
documento, são elencadas 14 sugestões para viabilizar a conclusão do projeto e
otimizar sua execução. Entre elas, estão a criação pelo governo do Estado de um
Grupo de Trabalho Multidisciplinar para estudar os problemas ambientais que vão
ocorrer com a entrada das águas no Estado, a agilização de obras sanitárias nos
54 municípios paraibanos que serão beneficiados com o projeto e a proposta de
fortalecimento da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).
Jornal
da Paraíba
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