Pelo
menos oito partidos na Paraíba são a favor da reforma política, mas
divergem sobre a realização de um plebiscito para consultar a população
sobre o assunto. São eles: PSDB, PMDB, PT, PSC, PTB, DEM, PSD e PP.
O deputado federal Ruy Carneiro, que preside o PSDB no Estado,
defende que a reforma política seja realizada com urgência. “O
plebiscito é sempre interessante e válido, mas a população está buscando
medidas mais imediatas, como a derrubada da PEC 37 que aconteceu na
última quarta-feira. O Congresso precisa estabelecer um calendário para
votar a proposta”, afirmou.
De acordo com Ruy Carneiro, o PSDB tem uma proposta para a reforma
política baseada no voto distrital. “Precisamos de medidas práticas. O
Pacto Federativo deve ser o primeiro ponto a ser discutido. Assim como o
Judiciário necessita agilizar a finalização do mensalão. Também se
espera a redução do número de ministérios e de cargos comissionados”.
O deputado federal Manoel Júnior, presidente do PMDB da Capital,
disse que a bancada da legenda deve se reunir hoje para discutir o
assunto. O parlamentar defende a reforma política e tributária e a
revisão do Pacto Federativo. “Se conseguíssemos resolver essas três
questões, seria um grande avanço para o Brasil. Precisamos criar regras
claras para a revisão do Pacto Federativo”.
Manoel Júnior é a favor da coincidência de datas das eleições, da
implantação de mandatos de cinco anos, do fim da reeleição para os
cargos majoritários e do voto distrital misto.
O presidente do PT na Paraíba, Rodrigo Soares, apóia a realização do
plebiscito. “A presidente Dilma Rousseff vem dialogando com a sociedade
nas ruas. Mais do que escutar, ela convoca a população. A reforma está
há muito tempo para ser aprovada, e o plebiscito chama o povo para
decidir”.
O petista destaca as divergências no Congresso para votar o projeto.
“Os parlamentares foram eleitos pelas regras atuais, por isso divergem
muito. Há necessidade de mudanças no sistema político, e o governo se
dá com participação popular. Só o povo pode dar o norte da reforma”.
Ele sugere que o plebiscito seja realizado este ano. “Não existe
melhor data que o próximo 7 de setembro, Dia da Independência. Se ele (o
plebiscito) for feito este ano, já valerá para as próximas eleições”.
Para Soares, a constituinte também é um meio democrático.
“Na Paraíba, vamos intensificar a coleta de assinaturas para um
projeto do PT nacional, de iniciativa popular, sobre a reforma política.
A meta é chegar a 1,5 milhão de assinaturas”, informou. O presidente
do PT ressaltou as ações da presidente. “Os pactos propostos por Dilma
Rousseff são importantes. Ela continua a sua agenda de desenvolvimento
econômico pelo País, e a intensificação de ações para a Saúde e a
Educação”, disse.
Segundo o presidente do PSC no Estado, o ex-deputado federal
Marcondes Gadelha, a orientação do partido é apoiar a reforma através de
constituinte e referendo popular. “Sou a favor de uma reforma
realizada por uma assembleia constituinte específica e depois
referendada pelo povo. O deputado federal Leonardo Gadelha teve a
sensibilidade de notar a necessidade dessas medidas, ao apresentar uma
Proposta de Emenda à Constituição, inclusive antes do pronunciamento da
presidente”, informou.
Marcondes Gadelha acredita que o Congresso não vai votar a reforma.
“Já faz muito tempo que a discussão acontece no Congresso. A matéria não
é votada porque os deputados foram eleitos pelo sistema vigente. E por
isso nunca conseguem o consenso, daí a necessidade da constituinte”.
Para Gadelha, as manifestações do povo são “legítimas e oportunas,
porque refletem o cotidiano da população para que haja mudanças”.
O presidente do diretório estadual do PTB, o ex-senador Wilson
Santiago, também disse que a reforma política é necessária. “É preciso
que a legislação diminua a concentração de poder dos partidos políticos.
Não há necessidade de plebiscito. O que é necessário na reforma é uma
adaptação da legislação eleitoral à realidade política brasileira, que
seja em sintonia com o pensamento da sociedade”.
Democratização
Para Wilson Santiago, é preciso democratizar a reforma política. Ele
afirmou que a “propaganda eleitoral deve ser igual para todos. É
necessário dar a oportunidade de disputar as eleições em pé de igualdade
para os candidatos”.
O presidente do DEM no Estado, Efraim Morais, também é a favor do
plebiscito. “Não podemos fazer a reforma sem ouvir a opinião pública,
por isso a necessidade de fazer o plebiscito. Nele, também temos que
incluir os gargalos do País, como a conclusão das obras de transposição
do rio São Francisco e os problemas na mobilidade urbana. O Congresso
necessita ter como prioridade a transposição”.
Necessidade
O vice-governador Rômulo Gouveia, presidente do PSD no Estado, disse
que o partido também defende a reforma. “O Brasil tem a necessidade da
reforma não só na política, mas na área tributária. Ouvir a população
em plebiscito é extremamente importante. Mas temos pressa, queremos
agilidade. Uma série de questões deve ser discutida, e é preciso cobrar
dos congressistas, em consonância com o povo. Os poderes devem se unir
para isso”. O presidente do PP na Paraíba, o ex-deputado federal
Enivaldo Ribeiro, afirmou que a reforma precisa ser bem discutida.
“Achamos necessária a reforma. Muitos pontos precisam ser discutidos. O
plebiscito é ótimo porque coloca o povo para participar. É uma medida
que deve ser feita”.
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