Uma
denúncia anônima para o 190 ajudou a Polícia Militar a frustrar mais
uma explosão de banco na Paraíba. Na noite desta quarta-feira (5),
Márcio Gomes da Silva, 29 anos, natural do Rio Grande do Norte, foi
preso em flagrante na localidade conhecida como Prainha, na Baia da
Traição, Litoral Norte do Estado, com explosivos e outras ferramentas
utilizadas em ações contra bancos. Inicialmente, ele havia dado o nome
falso de Rauny Dantas Costa.
“O acusado disse que a quadrilha
estava se preparando para explodir uma agência bancária na madrugada de
hoje na região. Márcio não soube informar qual seria o alvo porque é o
chefe, que é um índio conhecido como 'Pajé' ou Guerreiro, que determina
na hora”, disse o capitão Alberto Filho, comandante da 2ª CPMI de
Mamanguape, acrescentando que a PM vem investigando um índio conhecido
como 'Neno', que seria chefe de uma quadrilha responsável por explosões
de bancos. "Encontramos uma mensagem no celular do preso onde o Pajé
perguntava sobre os explosivos".
Segundo informações do
capitão Alberto, o acusado preso é fugitivo da penitenciária Alcaçuz, no
Rio Grande do Norte, onde cumpria pena por assalto a bancos e
homicídio. O capitão disse também que moradores ligaram informando que
homens em atitude suspeita estavam em um carro preto rondando a
localidade. Os policiais foram averiguar a ocorrência e conseguiram
localizar três homens nas imediações de um galpão.
“Três
viaturas foram checar a ocorrência e flagramos três homens em frente a
um galpão. Durante a abordagem, dois conseguiram fugir e prendemos um
armado com uma pistola. Quando os policiais entraram no galpão,
encontraram uma camioneta importada roubada no RN e seis bananas de
dinamites, capuz, fardamento do Exército Brasileiro, carregadores de
pistolas, luvas e celulares”, revelou o capitão.
Márcio disse
que estava morando há pouco mais de um ano em João Pessoa e não tinha
passagem pela polícia. O acusado está detido na Delegacia de Mamanguape a
disposição da Justiça.
Crimes com envolvimento de índios
Segundo
ao artigo 231 da Constituição Federal, são reconhecidos aos índios sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Ministério
Público Federal e Polícia Federal informam, por meio de suas
assessorias de imprensa, que o índio acusado de cometer crimes, como
assaltos, comandar ou integrar quadrilhas, poderá responder
judicialmente como qualquer cidadão comum, sob responsabilidade da
esfera estadual; porém, se for constatado que o indígena é responsável
por crimes contra órgãos federais, como Caixa Econômica ou Correios,
ele ficará sob responsabilidade da Polícia Federal.
A PF informa
ainda que só interfere primariamente em situações com índios quando há
problemas entre eles, na comunidade, como, por exemplo, um cacique
matar o outro por disputa de poder ou confrontos entre povos indígenas e
fazendeiros, por espaço em terras.
Nesse caso da "gangue da
dinamite", os dois órgãos também informam que a Polícia Federal só
poderá ser acionada se o acusado tiver envolvido com assaltos ou
explosões a Correios ou agências Caixa, algo que será possível
determinar somente depois de concluídas todas as apurações das polícias
Civil e Militar da Paraíba.
Foto: Bananas de dinamites e outros objetos apreendidos
Créditos: Divulgação PM
Créditos: Divulgação PM
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