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Sêneca

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Integrante da gangue da dinamite é preso e confessa que índio é o chefe da quadrilha

Acusado e veículo apreendido
Uma denúncia anônima para o 190 ajudou a Polícia Militar a frustrar mais uma explosão de banco na Paraíba. Na noite desta quarta-feira (5), Márcio Gomes da Silva, 29 anos, natural do Rio Grande do Norte, foi preso em flagrante na localidade conhecida como Prainha, na Baia da Traição, Litoral Norte do Estado, com explosivos e outras ferramentas utilizadas em ações contra bancos. Inicialmente, ele havia dado o nome falso de Rauny Dantas Costa.

“O acusado disse que a quadrilha estava se preparando para explodir uma agência bancária na madrugada de hoje na região. Márcio não soube informar qual seria o alvo porque é o chefe, que é um índio conhecido como 'Pajé' ou Guerreiro, que determina na hora”, disse o capitão Alberto Filho, comandante da 2ª CPMI de Mamanguape, acrescentando que a PM vem investigando um índio conhecido como 'Neno', que seria chefe de uma quadrilha responsável por explosões de bancos. "Encontramos uma mensagem no celular do preso onde o Pajé perguntava sobre os explosivos". 

Segundo informações do capitão Alberto, o acusado preso é fugitivo da penitenciária Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, onde cumpria pena por assalto a bancos e homicídio. O capitão disse também que moradores ligaram informando que homens em atitude suspeita estavam em um carro preto rondando a localidade. Os policiais foram averiguar a ocorrência e conseguiram localizar três homens nas imediações de um galpão. 

“Três viaturas foram checar a ocorrência e flagramos três homens em frente a um galpão. Durante a abordagem, dois conseguiram fugir e prendemos um armado com uma pistola. Quando os policiais entraram no galpão, encontraram uma camioneta importada roubada no RN e seis bananas de dinamites, capuz, fardamento do Exército Brasileiro, carregadores de pistolas, luvas e celulares”, revelou o capitão.

Márcio disse que estava morando há pouco mais de um ano em João Pessoa e não tinha passagem pela polícia. O acusado está detido na Delegacia de Mamanguape a disposição da Justiça.

Crimes com envolvimento de índios
Segundo ao artigo 231 da Constituição Federal, são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Ministério Público Federal e Polícia Federal informam, por meio de suas assessorias de imprensa, que o índio acusado de cometer crimes, como assaltos, comandar ou integrar quadrilhas, poderá responder judicialmente como qualquer cidadão comum, sob responsabilidade da esfera estadual; porém, se for constatado que o indígena é responsável por crimes contra órgãos federais, como Caixa Econômica ou Correios, ele ficará sob responsabilidade da Polícia Federal.

A PF informa ainda que só interfere primariamente em situações com índios quando há problemas entre eles, na comunidade, como, por exemplo, um cacique matar o outro por disputa de poder ou confrontos entre povos indígenas e fazendeiros, por espaço em terras.
Nesse caso da "gangue da dinamite", os dois órgãos também informam que a Polícia Federal só poderá ser acionada se o acusado tiver envolvido com assaltos ou explosões a Correios ou agências Caixa, algo que será possível determinar somente depois de concluídas todas as apurações das polícias Civil e Militar da Paraíba.

Bananas de dinamites e outros objetos apreendidos
 
Foto: Bananas de dinamites e outros objetos apreendidos
Créditos: Divulgação PM

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